PUBLICIDADE

Trump adia anúncio de vice após atentado

Companheiro de chapa seria conhecido amanhã em evento de campanha em Nova York

Por Redação Internacional
Atualização:

WASHINGTON - O provável candidato republicano à presidência dos EUA, Donald Trump, adiou nesta quinta-feira, 14, o anúncio de seu companheiro de chapa. O magnata usou o Twitter para justificar o adiamento em razão do ataque terrorista em Nice. Seu candidato a vice deveria ser revelado em um evento de campanha em Nova York. Trump não divulgou uma nova data para o anúncio.

O favorito é o governador do Estado de Indiana, Mike Pence. Ao longo da semana, Trump intensificou as conversas com os principais nomes cotados para o posto. Além de Pence, estão no páreo o governador de New Jersey, Chris Christie, que chegou a disputar as prévias republicanas este ano, e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Newt Gingrich.

 

PUBLICIDADE

Uma fonte próxima da campanha republicana afirmou à agência Reuters que Trump parece estar inclinado a escolher Pence, mas ressaltou que ele sempre pode mudar de ideia. "Não está decidido até ser decidido", disse. Segundo a fonte, Trump parecia estar na dúvida entre Pence e Gingrich.

Em entrevista ao The Wall Street Journal, Trump confirmou considerar esses nomes. Segundo ele, seu escolhido terá a tarefa de desgastar sua rival, a democrata Hillary Clinton, enquanto ele se concentra em suas propostas. "Recebo ataques por todos os lados", justificou o magnata.

Já o jornal The New York Times informou hoje que ele já teria feito sua escolha por Pence. A confirmação foi feita por conselheiros de Trump a membros do partido, que ainda devem referendar na convenção nacional da próxima semana a candidatura do magnata.

Publicidade

O conselheiro de Trump, Jason Miller, desmentiu essa informação e afirmou, pelo Twitter, que o anúncio formal será feito amanhã em um ato em Manhattan, às 13 horas de Brasília. Pence, de 57 anos, ex-congressista e locutor de rádio, teria se reunido na terça-feira com Trump após um evento em Indiana para acertar os últimos detalhes.

Perfil. Na terça-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, pediu a Trump que escolha um vice-presidente "conservador". Para Ryan, Trump é "novo" no Partido Republicano e tem uma história de ter oscilado entre os lados do espectro político americano.

O New York Times descreve Pence como um homem "de baixo perfil", conhecido por sua fé cristã e de temperamento tranquilo, muito diferente dos instintos de "showman" de Trump. Conservador, Pence é governador de Indiana desde janeiro de 2013. Seu nome era o preferido dos filhos de Trump, que têm participado ativamente e são muito influentes na campanha do pai.

Ele conhece os meandros de Washington por ter sido membro da Câmara dos Deputados entre 2001 e 2013. Na capital americana, também presidiu, por três anos, a Conferência Republicana, um cargo importante dentro do partido.

Disciplinado, relativamente discreto, Pence é amigo de Ryan. Suas conexões poderiam ajudar ao magnata a baixar as tensões com o partido, que continuam um incômodo a Trump, e a conquistar mais doadores para sua campanha.

Publicidade

Trump e Pence, até então, não eram próximos. Com personalidade moldada na fé cristã, é um defensor da família tradicional, se opõe ao aborto e ao casamento entre homossexuais, assim como ao fluxo de refugiados. Como governador, firmou leis para tornar mais difícil o acesso ao aborto em Indiana.

PUBLICIDADE

Pence foi muito criticado por outra lei, a da "liberdade religiosa", vista por seus opositores como uma forma de discriminar as comunidades homossexuais, bissexuais e transexuais. A legislação dava carta branca aos estabelecimentos comerciais de Indiana para proibir a entrada de casais do mesmo sexo em nome da "liberdade religiosa".

"A Constituição dos EUA e a Constituição de Indiana proporcionam um forte reconhecimento da liberdade de religião, mas, hoje em dia, muitas pessoas de fé sentem que sua liberdade religiosa está sendo atacada pela ação do governo", defendeu Pence, na época. / REUTERS, AFP e AP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.