Trump enfrenta mais dificuldade do que Hillary para atrair profissionais

Candidatos entram na última fase da campanha presidencial; reportagem feita nos bastidores mostra que bilionário republicano tem tido dificuldades para montar equipe de transição, enquanto Hillary tem ajuda do ex-presidente Bill Clinton

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Por Redação Internacional
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WASHINGTON - Encerradas as convenções partidárias, os presidenciáveis americanos tentarão agora provar quem é o mais preparado para assumir a Casa Branca, numa disputa que Donald Trump aparece em desvantagem, diante da dificuldade em atrair profissionais experientes para sua campanha. Hillary, por sua vez, tem ao seu lado Bill Clinton, que foi presidente americano por dois mandatos.

Trump tem se deparado com a complexa tarefa de montar uma equipe de transição capaz de empregar milhares de funcionários de alto nível e elaborar uma agenda política detalhada, caso conquiste a presidência. De acordo com reportagem da Associated Press, trata-se de uma tarefa difícil por se tratar de um candidato de fora do establishment político. A reportagem alerta que a segurança do país e a estabilidade econômica após a troca de presidente dependerão de uma preparação "agressiva" das equipes nas próximas semanas.

Jovens participam da Convenção Nacional Democrata, na Filadélfia Foto: Ruth Fremson/The New York Times

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"Se você não estiver se preparando, então os americanos deveriam se preocupar se você está pronto para liderar", afirmou o presidente da Partnership for Public Service, Max Stier. O consultor ajuda as duas campanhas - democrata e republicana - com os planos de transição por meio da ONG Center for Presidential Transition. "O ponto máximo de vulnerabilidade é quando há a passagem de poder."

Hillary abriu seu escritório de transição em Washington, a alguns metros da Casa Branca. O escritório de transição de Trump está concentrado com o governador de New Jersey, Chris Christie. O time republicano recrutou especialistas nas principais áreas, mas, segundo fontes envolvidas com a preparação, ela está em fase muito embrionária.

A sequência de discursos esta semana na Filadélfia tentou mostrar aos eleitores de Hillary que nesse quesito eles não têm muito com o que se preocupar - vários destacaram sua experiência como secretária de Estado, servidora e senadora. A candidata tem ainda como assessor um ex-presidente.

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Os dois saíram juntos em campanha nesta sexta-feira, em um evento na própria Filadélfia. Em seguida, acompanhados do companheiro de chapa de Hillary, o senador Tim Kaine e da mulher dele, Anne Holton, ex-secretária de Educação do Estado de Virgínia, seguiram em viagem de ônibus. Depois da Pensilvânia, eles iriam para Ohio.

Ambos são Estados-chave, onde nenhum dos dois grandes partidos tem maioria absoluta. São importantes também por integrarem o chamado "cinturão da ferrugem" (Estados que passam por declínio econômico, populacional e urbano em razão da diminuição acentuada das atividades de sua uma vez poderosa indústria) - locais onde o discurso de Trump tem forte apelo.

A campanha democrata tenta capitalizar os resultados da convenção, encerrada com o discurso de Hillary e marcada por acusações a Trump. "Imaginem ele no Salão Oval enfrentando uma crise. Um homem que se irrita com um tuíte não é um homem a quem se pode confiar armas nucleares", declarou Hillary. Trump respondeu o discurso de Hillary com vários tuítes nesta sexta-feira. "Ninguém tem um julgamento pior do que Hillary Clinton."

Lei do voto. A campanha democrata também comemorou nesta sexta-feira a decisão de uma corte da Carolina do Norte que derrubou a obrigatoriedade de se apresentar um documento com foto para o registro de eleitor. A decisão foi vista como uma vitória dos grupos de direitos civis e do Departamento de Justiça, que argumentam que leis como essa são discriminatórias e programadas para prejudicar eleitores pobres e negros, que votam nos democratas. / AP, NYT e EFE

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