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União Europeia pede a novo líder que esclareça doutrina

Bloco europeu quer saber como o magnata agirá nos próximos quatro anos com relação ao continente e a questões como Otan e Rússia

Por Redação Internacional
Atualização:

Andrei NettoCORRESPONDENTE / PARIS

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Em meio às incertezas causadas pela eleição de Donald Trump para a presidência dos EUA, a União Europeia pediu ontem esclarecimentos sobre a doutrina diplomática que será adotada pela Casa Branca nos próximos quatro anos.

O pedido foi feito pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e reflete as dúvidas criadas pelas críticas do republicano à Europa e sobre a anunciada aproximação com a Rússia. Para o Kremlin, a política externa no futuro governo Trump seguirá "os mesmos princípios" da de Vladimir Putin.

 Foto: Tony Hicks/AP

O pedido de esclarecimentos de Juncker busca dirimir as dúvidas criadas pelas promessas de Trump durante a campanha. A principal delas diz respeito à aproximação com a Rússia e ao financiamento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), dois temas sensíveis na Europa. Uma aliança entre Trump e Putin poderia afastar os países europeus do centro de decisão de crises internacionais, como Ucrânia, Síria, Iraque e o acordo nuclear com o Irã.

"Gostaríamos de saber quais são suas intenções em relação à Aliança (Otan)", questionou Juncker, enumerando também dúvidas sobre políticas comerciais e climáticas. "Tudo deve ser esclarecido nos próximos meses", exortou o presidente da Comissão Europeia, que convidou Trump para uma reunião em Bruxelas o mais rápido possível.

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"É graças à cooperação estreita que UE e EUA poderão continuar a fazer frente aos desafios sem precedentes que são o Estado Islâmico, as ameaças à integridade territorial e à soberania da Ucrânia, as mudança climática e a imigração."

Enquanto Juncker pede esclarecimentos, o governo da Rússia continua a se felicitar pela eleição de Trump. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que Moscou espera um diálogo franco entre os dois chefes de Estado, em especial porque a política externa dos dois países é semelhante, entende.

Para Philippe Moreau Desfarges, cientista político do Instituto Francês de Relações Internacionais, de Paris, as convergências entre as políticas externas de Trump e Putin ainda precisam ser verificadas na prática. "A proximidade entre Trump e Putin ainda precisa se comprovar. Os dois não se encontraram, parece que se apreciam, mas é preciso que essa relação se confirme."

 

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