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Voto antecipado ameaça planos dos republicanos

Segundo o ‘New York Times’, campanha de Donald Trump poderá não ter tempo de conquistar independentes que votam mais cedo

Por Redação Internacional
Atualização:

WASHINGTON - Em uma tentativa de convencer o Partido Republicano que ainda tem tempo de salvar a candidatura, conselheiros de Donald Trump têm afirmado que nos três meses até às eleições conseguirão reverter a vantagem de sua adversária Hillary Clinton e sua vasta operação nos importantes swing states, Estados onde o voto para presidente é incerto.

No entanto, uma reportagem do jornal The New York Times alertou nesta terça-feira, 16, que a equipe pode estar se esquecendo de um detalhe importante - muitos desses Estados começarão a votar antes das eleições gerais de 8 de novembro e, em alguns casos, Trump terá apenas seis semanas até começar o voto antecipado nos EUA.

Candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump ( Foto: REUTERS/Carlo Allegri)

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Minnesota e Carolina do Sul serão os primeiros dos 35 Estados e o Distrito de Columbia que permitem aos eleitores depositar seus votos antes. Iowa, um dos swing states, começará no fim de setembro, assim como Illinois e dois outros Estados. Duas disputas importantes - Arizona e Ohio - começarão em 12 de outubro. Ohio é um tradicional swing state. Arizona, por sua vez, costuma votar para republicanos, mas este ano o candidato tem uma vantagem muito pequena, que não pode ser dada como certa. Carolina do Norte e Flórida, este último também um swing state, iniciarão a votação até 30 de outubro.

De acordo com a reportagem, o voto antecipado tem crescido e sido determinante a cada eleição. Em 2012, cerca de 32% de eleitores americanos anteciparam seu voto, enquanto que na eleição anterior, de 2008, foram 29,7% e, em 2004, 20%.

A reportagem afirma que Hillary tem investido "agressivamente" nesse eleitorado para tentar "dominar" a eleição o mais cedo possível.

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Trump, por sua vez, segundo o jornal, tem repetidamente criado "distrações" para sua candidatura, arriscando não apenas o controle estratégico nessas localidades, mas afastando as chances de aumentar sua percepção entre o eleitorado o suficiente para ganhar o voto dos independentes.

"Quando você tem algo catastrófico como a campanha de Trump está ficando, não há tempo suficiente para mudar as coisas, nem habilidade de organizar efetivamente e capturar uma grande parcela do voto antecipado", disse o veterano estrategista republicano Mike Murphy, que trabalhou com o ex-governador da Flórida Jeb Bush, um dos adversários de Trump nas primárias.

Segundo a reportagem do Times, se Hillary vencer o republicano entre os eleitores que anteciparem seu voto, ela poderá migrar equipe e dinheiro de campanha para os locais mais competitivos, como Flórida, Carolina do Norte e Ohio, de acordo com as recentes pesquisas. O magnata, por sua vez, terá de continuar batalhando em diversas frentes.

"Quase 40% dos eleitores depositam seu voto mais cedo nos Estados onde isso é permitido. Não se pode organizar do dia para noite, ou mesmo em apenas em algumas semanas, para levar esses votos", disse Neil Newhouse, outro estrategista que trabalhou com Mitt Romney em 2012.

Debate. O ex-diretor da Fox News Roger Ailes, demitido após ser acusado de agressão sexual, está preparando Trump para os debates com Hillary. / NYT

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