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Todos os caminhos levam a Berlim

Esquema de segurança máxima para a visita de Barack Obama em Berlim

©DPA - Obama e Merkel no terasso da Chancelaria em 2013.

Por Fátima Lacerda
Atualização:

Da última vez que Berlim teve um esquema de segurança classificado "1 plus" foi com a visita de Vladimir Putin em outubro passado. Hóspedes do Hotel Adlon, onde a comitiva inteira do presidente também ficou hospedada, só podiam adentrar seus aposentos passando por detectores de metais (como se vê em aeroportos) e frente à apresentação do passaporte e da chave do quarto.

Também Barack Obama, em sua visita de 3 dias à capital, estará hospedado do prestigioso hotel, que durante os "Anos Dourados", na década de '20, abrigava a nata da aristocracia, de intelectuais e artistas de renome mundial e foi, quase totalmente, destruído durante os bombardeios da II Guerra Mundial.

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Meticuloso preparo do esquema de segurança

O Aeroporto de Tegel (TXL) terá seu corredor aéreo fechado durante os 3 dias de permanência de Obama em Berlim. Atrasos em voos aéreos comerciais é o resultado. Não é descartável a possibilidade de desvio de rotas para embarque e desembarque para o aeroporto de Schoenefeld localizado na cidade vizinha de Brandemburgo.

O terraço do aeroporto estará fechado durante os 3 dias da visita do presidente. A polícia berlinense e o Departamento Federal de Investigações da Alemanha (BKA, na sigla) planejam, há semanas o plano de segurança. Agentes do Secret Service, sempre responsáveis pela segurança dos presidentes americanos, já estiveram em Berlim para "sondar o terreno", como informa o jornal Frankfurter Allgemeinen Zeitung.

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A linha 55 do metrô, a chamada "Linha da Chanceler", e por sinal a linha mais cara do metro de Berlim construída até hoje e que tem estações em frente ao Portão de Brandemburgo como nos arredores do parlamento estará interditada por 3 dias. Os trens que viajam na superfície, os chamados S-Bahn, não farão paradas nas estação "Portão de Brandemburgo".

A polícia demarcou uma "Área de segurança" no centro de Berlim onde não é permita a circulação nem de carros, nem de bicicletas. No gráfico, as linha vermelhas exibem as partes interditadas:

Moradores da rua Wilhelmstraße foram instruídos a deixarem suas janelas fechadas durante os 3 dias, como também que só terão acesso às suas casas por meio de documento de identificação. A polícia ainda os instruiu ficar "de olho aberto para movimentos suspeitos e informar, imediatamente, a polícia". Uma senhora de 79 anos, Renata, já teve seu momento de celebridade na imprensa  amarela onde reclama não "Por causa de Obama eu não posso abrir as janelas durante 3 dias".

Os ralos que da acesso aos canais de esgoto e abastecimento de água estão lacrados pela polícia em todo a "área de segurança". Mergulhadores passam pente fino da canalização à procura de bombas. Depósitos de lixo, localizados na área de segurança, também serão retirados.

A Wilhelmstraße é uma rua que inicia na parte lateral do Hotal Adlon, passa pela Embaixada da Inglaterra e é caminho para Potsdamer Platz, o centro turístico e comercial da cidade. Esse trecho, mesmo não pertencendo à espinha dorsal da cidade, será parte do caminho da escolta de ida e volta para o Hotal Adlon. A exata rota será mantida em sigilo até o último minuto. Nos telhados de edifícios em volta do Hotel, especialista da polícia estão de plantão.

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Agenda:

Quarta-feira (16)

18:00: horário local (15 hs horário de Brasília) a bordo do avião "Air Force 1", o presidente aterrissa na área militar do Aeroporto de Tegel, será recebido pelo chefe de protocolos do governo alemão e, na sequência, será levado por uma escola de 40 carros da polícia para o Hotel Adlon. O jantar será com a chanceler nas dependências do Hotel Adlon. 

Quinta-feira (17)

Pela manha não há nenhum compromisso oficial do presidente.  A imprensa berlinense conta com um tchauzinho da janela do hotel, mas isso não passa de especulação.

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Encontro com Merkel:

15:15 o presidente é aguardado no prédio da Chancelaria Federal.

16:30: o círculo será ampliado por políticos do gabinete do governo. Na sequência, Merkel e Obama falarão à imprensa internacional. 

19:00: Jantar oferecido por Merkel ao presidente americano. Na  lista de convidados estão aqueles que "teriam angariado méritos concernentes ao relacionamento transatlântico". A lista não foi divulgada. Aliás, já se tornou uma tradição o caráter über sigiloso de comemorações e jantares que acontecem na chancelaria federal. Para defender a postura de mantê-los em sigilo, Merkel não hesita nem mesmo em recorrer à justiça.

Sexta-feira (18)

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09:30: Merkel e Obama recebem François Hollande, Matteo Renzi, Theresa May e Mariano Rajoy no prédio da chancelaria.

12:45: Obama embarca para a capital peruana, Lima.

O presidente francês, a premiê britânica e o primeiro-ministro espanhol, recentemente recolocado no cargo, também estarão em Berlim. Mariano Rayo será convidado especial da chanceler para um jantar, por ser sua primeira visita á capital depois do carrossel político que acometeu a Espanha nos últimos 6 meses.

Pautas a serem debatidas

Segundo as divulgações anteriores à vitória de Donald Trump, os assuntos a serem discutidos por Obama em Berlim seriam:

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Relação diplomática com a Rússia

O futuro da OTAN

A Guerra na Síria

Como fortalecer o esforço com estratégias futuras no quesito proteção do meio ambiente.

Depois da vitória do republicano, a visita de Obama continua sendo uma atitude solícita e estrategicamente inteligente para fechar o círculo fazendo una bella figura, porém, a vitória de Trump fez a viagem ser de caráter cosmético, com forma e pompa, mas com muito pouco conteúdo. É como um casal, frente à iminente separacao, sai junto de férias pois hotel e passagens já haviam sido reservados, pagos e sem possibilidade de reembolso, o o casal que, já em processo de speraracao se encontra para que o marido de suas sugestoes para o novo apartamento, no qual ele nao nunca irá habitar.

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"Thank you" aos Aliados

O presidente irá agradecer aos seu "mais estreitos aliados", como declarou pouco antes de embarcar em sua última viagem à Europa que iniciou na Grécia.

Em 2013, na ocasião da visita de Obama á Berlim, o contingente de policiais foi de 5500. O discurso do presidente frente ao Portão de Brandemburgo representou a parte do leão de meticulosos preparativos. Desta vez o contingente não será tao alto, já que não está planejado nenhum evento público do presidente. Mas como Obama é useiro e vezeiro em quebrar o protocolo, tudo é possível.

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