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De Beirute a Nova York

5 motivos explicam como pessimismo ajudará Olimpíada do Rio a dar certo

A expectativa com a Olimpíada no Rio é baixa tanto entre brasileiros como entre estrangeiros. E esta baixa expectativa talvez ajude para os Jogos Olímpicos serem bem sucedidos por 5 principais motivos.

Por gustavochacra
Atualização:

1) Os principais defeitos da desta Olimpíada já foram apontados. Da corrupção ao zika, da poluição da baía da Guanabara à criminalidade, tudo já foi apontado em dezenas ou centenas de artigos ao redor do mundo. Difícil imaginar algo inesperado. É como um pangaré disputando a Triple Crown - qualquer resultado será acima da expectativa. Mesmo o risco de terrorismo, que não é restrito especificamente aos Jogos do Rio, está precificado.

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2) Muitos estrangeiros que forem ao Brasil não irão ao país imaginando que desembarcarão na Noruega. Buscam justamente as características de um estereótipo do Brasil e especialmente do Rio propagado no exterior há décadas de que somos uma terra de carnaval, futebol e natureza. Pense em um paulista que pretende passar o carnaval no Rio ou Salvador - sabe que será o caos, mas paga para ir todos os anos porque gosta. Simples assim. Se quisesse calma, iria passar o carnaval em Buenos Aires.

3) A imagem de quem tem os direitos da Olimpíada no exterior será positiva. No caso dos EUA, a NBC. Ao assistir a propaganda dos Jogos, fico com vontade de embarcar para o Rio imediatamente. Parece ser o paraíso. Ipanema, Copacabana, a Lagoa, o Corcovado, o Pão de Açúcar e o povo mais alegra do mundo. Tudo festa, sem corrupção, sem crime, sem trânsito.

4) As pessoas, no fim, querem saber das competições. Basta lembrar da Copa do Mundo. O que marcou foi o 7 a 1, não a organização. A NBC, ao longo da Olimpíada, mostrará apenas - Simone Biles, provavelmente a maior ginasta olímpica de todos os tempos e favorita a 5 ouros (ela será, com certeza, a maior atleta desta Olimpíada); a natação, com foco no veterano Michael Phelps no masculino e na adolescente Katye Ledecky no feminino; o tênis com Federer, Djokovic e Nadal; o retorno do golfe aos jogos; o rugby; o basquete masculino; o futebol feminino; o atletismo e os saltos ornamentais. Nenhum medalhista brasileiro, a não ser possivelmente na natação com o Bruno Fratus, deve aparecer recebendo medalha nos EUA. Falo por já ter assistido cinco Olimpíadas aqui (incluindo as de Inverno)

5) Sim, há o risco de terrorismo, assim como este existe em qualquer competição internacional há décadas. O maior de todos foi o atentado contra a delegação israelense em Munique. Inclusive, a Euro certamente é um alvo muito maior do que os Jogos Olímpicos. E, tirando o recente atentado na Bélgica (probabilidade era maior do que a do Real Madrid ser campeão mundial neste ano), nunca ninguém acertou quando ocorreria um ataque terrorista. Enfim, o risco de terrorismo, como disse acima, está precificado.

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Guga Chacra, blogueiro de política internacional do Estadão e comentarista do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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