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De Beirute a Nova York

6 motivos para condenar Israel pelo novo confisco de terras na Cisjordânia

O governo de Israel anunciou que confiscará mais de 400 hectares de território palestino na Cisjordânia, próximo à cidade de Belém. Esta ação tem seis consequências imediatas

Por gustavochacra
Atualização:

1) Deteriora as relações de Israel com os Estados Unidos, que condenou o confisco de terras

2) Viola a legislação internacional

3) Enfraquece a Autoridade Palestina, parceiro israelense para a paz

4) Fortalece o discurso do grupo terrorista Hamas, que dirá que o único meio de conseguir frear Israel é pelas armas

5) É um duro golpe contra a paz, pois deixará ainda mais complicada a formação de um Estado palestino

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6) Acentua o isolamento de Israel na comunidade internacional, que já havia se agravado com a Guerra de Gaza

Por que?

Porque a Cisjordânia, segundo a ONU, é parte do futuro Estado palestino. A ocupação israelense, iniciada em 1967, é ilegal para toda a comunidade internacional. A Autoridade Palestina já indicou que concordaria, em alguns casos, com a permanência de assentamentos judaicos no lado israelense em troca de terras em outras áreas. Neste caso, foi uma ação ilegal e, pior, não visa a permanência de assentamentos já existentes, mas o aumento desta política que é prejudicial para a paz.

A anexação anunciada pela administração de Benjamin Netanyahu é a maior dos últimos 30 anos e não tem nenhuma lógica. Há mais argumentos para justificar bombardeios contra Gaza do que para anexar território palestino. Afinal, no caso de Gaza, Israel de fato vinha sendo atacado pelos foguetes do grupo terrorista Hamas, que não reconhece o direito de Israel existir, e tinha o direito de responder, embora se discuta a proporção da resposta. Na Cisjordânia, governada pela Autoridade Palestina, aliada dos EUA, quem está errado é Israel, ao ocupar um território que não lhe pertence e construir assentamentos ilegais.

Claro, Israel pode argumentar que se trata de território disputado e anexar de vez a Cisjordânia. Neste caso, deveria conceder cidadania para milhões de palestinos muçulmanos e cristãos. Se o fizesse, porém, correria o risco de perder sua identidade judaica no futuro. Ao manter a ocupação sem conceder cidadania aos palestinos cristãos e muçulmanos ou sem a independência de um Estado palestino viável, Israel corre o risco cada vez maior de ser associado ao Apartheid.

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Importante - A ministra da Justiça israelense, Tzipi Livni, uma voz moderada dentro do governo de Netanyahu, condenou o confisco de terras palestinas em Israel

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Obs, Não venham me dizer que só falo de Israel pois escrevo muito mais sobre a Guerra da Síria, do Iraque, a perseguição a minorias religiosas como os cristãos e avanço do ISIS do que sobre o conflito entre israelenses e palestinos. Aliás, escrevo sobre o ISIS e grupos similares há anos, e não há semanas, como muitos jornalistas

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Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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