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De Beirute a Nova York

Afinal, qual o país que mais ajuda os refugiados sírios?

A Síria, antes da guerra civil, sempre recebeu com dignidade refugiados de países vizinhos. Pergunte aos iraquianos, especialmente os cristãos, qual o país que os mais bem recebeu depois da invasão americana de 2003? A resposta será a Síria. E os libaneses que precisaram fugir dos bombardeios de Israel na guerra contra o Hezbollah em 2006? A resposta será a Síria.

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Por gustavochacra
Atualização:

Agora é a vez dos sírios. E quase todos os seus vizinhos tem os ajudado e isso é admirável. O Líbano abriu as suas portas para todos os refugiados. Nenhuma pessoa com documento de identificação síria é barrada. Hoje uma em cada quatro pessoas no território libanês é refugiado sírio - vale notar que o Líbano, por trauma dos refugiados palestinos, não permite a construção de campos de refugiados oficiais. A infraestrutura do país não dá conta de tanta gente, mas, dentro das limitações e com pouquíssima ajuda externa, tentam conceder assistência a quem chega.

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A Turquia tem talvez alguns dos melhores campos de refugiados da história (erguidos com dinheiro turco), de acordo com reportagem do New York Times neste fim de semana. Afinal, tem o dinheiro que a estrutura que Líbano não possui. O país também mantém as suas fronteiras abertas para receber os sírios, apesar da instabilidade que eles provocam no país. Algumas cidades fronteiriças possuem mais refugiados do que turcos. A Jordânia segue também o padrão da Turquia, com alguns campos sendo verdadeiras cidades, apesar de depender mais da ONU.

Israel, em uma escala infinitamente menor, em um ato admirável também ajuda no tratamento de algumas centenas de sírios feridos na guerra civil, embora mantenha suas fronteiras fechadas para a entrada de refugiados - pesa, neste caso, obviamente, o temor pela segurança do país, embora os libaneses, que sofrem com atentados cometidos por refugiados sírios (hoje um duplo ataque da Al Qaeda matou 8 em Beirute), em nenhum momento tenham fechado as suas portas.

Sem dúvida, os israelenses não estão envolvidos no conflito, enquanto as principais facções políticas libanesas apoiam Assad ou os rebeldes. A Turquia e a Jordânia também possuem forte envolvimento com a oposição. 

Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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