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De Beirute a Nova York

Ahmadinejad termina como Bush - humilhado e impopular em seu próprio país

Sempre ouvimos a bobagem de que Mahmoud Ahmadinejad era o ditador do Irã. A afirmação nunca teve nexo e o líder iraniano sempre possuiu pouco poder em Teerã. Quem manda mesmo é o aiatolá Khamanei e seu Conselho de Guardiães. O resto da população, incluindo o inimigo preferido de Israel e dos EUA, deve ser submisso.

Por gustavochacra
Atualização:

A prova final veio ontem. Ahmadinejad não conseguiu emplacar como candidato  Esfandiar Rahim-Mashaei, seu braço direito. Ele foi vetado pelo Conselho de Guardiães. Os aiatolás não suportam mais o populismo de viés latino-americano do atual presidente. Sem falar na desastrosa condução da economia. No fim, Ahmadinejad terminará como o George W. Bush de Teerã - odiado dentro e fora de seu país.

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Existe, claro, uma diferença grande. Bush vive hoje em seu rancho no Texas. Ahmadinejad, por sua vez, pode passar os próximos anos atrás das grades.

Vale lembrar que, além do pupilo de Ahmadinejad, ficou de fora Hashemi Rafsanjani, que governou o Irã de 1997 a 2005 e talvez seja hoje uma das pessoas com maior poder econômico e político. Em 2005, havia tentado se candidatar, mas acabou perdendo para Ahmadinejad. Era, na época, acusado de corrupção.

Em 2009, mesmo não disputando a eleição, Rafsanjani decidiu apoiar os protestos da oposição. Isso aumentou a sua popularidade com os reformistas. Mas sua imagem se deteriorou completamente com a ala mais conservadora do regime. Por outro lado, sua relação de lealdade com o aiatolá Khamanei permaneceu intacta.

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Dias atrás, Rafsanjani teria esperado até o último momento para receber um aval de Khamanei para se candidatar. Não se sabe se este veio ou não, mas ele decidiu se inscrever. Caso fosse aprovado, certamente seria o preferido dos reformistas, que não conseguiram ter nenhum nome de peso, como Mir Hussein Mousavi, quatro anos atrás. Agora sua única chance seria uma ação de Khamanei para reverter o veto, mas muitos de seus simpatizantes estão céticos.

Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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