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De Beirute a Nova York

As quatro opções para o futuro de Israel-Palestina

Israel anunciou a construção de 3 mil novas casas na Cisjordânia um dia depois de as Nações Unidas reconhecerem a Palestina, com este nome, como Estado observador da ONU, por uma esmagadora maioria de 138 votos a favor e 9 contra, além de 41 abstenções.

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Por gustavochacra
Atualização:

Mais uma vez, volto ao óbvio neste momento pós conflito entre Hamas-Israel em Gaza e agora a votação na ONU. Existem quatro possibilidades para o futuro desta região onde está Israel, Cisjordânia e Palestina.

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1. Dois Estados, um israelense e outro palestino - Se Israel quiser ser judaico, é problema de Israel. Se os palestinos quiserem se dividir em dois, é problema dos palestinos. Na prática, Israel manteria os principais blocos de assentamentos perto da linha verde. Os demais ficariam no Estado palestino e os moradores deveriam viver sob a soberania palestina. Jerusalém seria mantida unificada, mas como capital dos dois países, embora apenas simbólica dos palestinos, pois a administração já está em Ramallah. Os refugiados voltariam para a Palestina, não para Israel

2. Um Estado democrático - Israel e Palestina, incluindo a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, seriam apenas um país. Todos os moradores teriam cidadania. Cada pessoa, um voto, como no Brasil. Obviamente, Israel deixaria de ser um Estado judaico e os palestinos tampouco teriam a sua pátria. Tende a não funcionar, afinal até a Bélgica enfrenta dificuldades em se manter unida

3. Um Estado de Apartheid - Israel controlaria todo o território e os palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza não possuiriam cidadania. Basicamente, seriam cidadãos de segunda classe, com problemas para se movimentar entre as suas cidades. Acho improvável acontecer porque Israel não quer governar os palestinos e a comunidade internacional não aceitaria

4. Status quo atual - Fica exatamente do jeito que está, com Gaza controlada pelo Hamas, a Cisjordânia pelo Fatah, com um país reconhecido pela ONU, mas com assentamentos e tropas israelenses dentro do seu território. De tempos em tempos o Hamas lança foguetes de Gaza e Israel responde com bombardeios. A população da Cisjordânia fica resignada ao dia a dia, talvez se radicalizando

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O jornalista Gustavo Chacra, correspondente do jornal "O Estado de S. Paulo" e do portal estadão.com.br em Nova York e nas Nações Unidas desde 2009 e comentarista do programa Globo News Em Pauta, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Iêmen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti, Furacão Sandy, Eleições Americanas e crescimento da Al-Qaeda no Iêmen.No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

 

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