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De Beirute a Nova York

Atentado contra a AMIA (Parte 2) - As hipóteses discutidas na Argentina

Como estou em Washington, em uma cobertura que nada tem a ver com o Oriente Médio, não pude concluir ainda o texto explicando o suposto envolvimento da Síria e do Irã no atentado contra a AMIA em 1994, que completou 15 anos nesta semana. Mas, para me salvar, o Ariel Palacios, correspondente do Estadão em Buenos Aires e titular do blog "Hermanos" aqui no portal, enviou uma série de hipóteses que são discutidas na Argentina. Elas servirão de base para que eu trate dos sírios e dos iranianos no próximo post. Eu adicionei (alguns, bem poucos) dados às informações do Ariel abaixo

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Por gustavochacra
Atualização:

1. Quem fez o atentado?

Hipótese de um atentado internacional

- Uma organização islâmica (Hezbollah, Al Qaeda ou Hamas) - Um regime do Oriente Médio (Irã ou Síria)

Hipóteses de um atentado nacional

- Os militares carapintadas, de tradição anti-semita

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- A Polícia Bonaerense, por diversos motivos políticos

Hipótese mista

- Regimes do Oriente Médio ou grupos islâmicos juntos com carapintadas, com uma conexão da Polícia Bonaerense

2. Motivos para o atentado

Hipótese do promotor

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Vingança contra Menem por ter suspendido convênios nucleares com Irã

Hipóteses paralelas

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Vingança muçulmana (genérica) contra Menem pelo alinhamento com os EUA

Vingança síria contra Menem por ter prometido - e nunca cumprido - promessas de fornecimento de um reator nuclear para a Síria em 1989, em troca de apoio financeiro para sua campanha eleitoral.

Vingança da Líbia, pela promessa nunca cumprida por Menem a Kadafi (em troca de respaldo financeiro para sua campanha presidencial) de fornecer a tecnologia do míssil argentino Condor, desmantelado a pedido dos EUA.

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Vingança contra a comunidade judaica pela intervenção israelense no Líbano

Atentado anti-semita feito por setores pró-nazista da sociedade argentina

Auto-atentado israelense (teoria da conspiração que descarto completamente)

Como foi o atentado? Versão oficial - uma camionete Traffic usada como carro-bomba

Versão extra-oficial 1 - um contâiner na frente do prédio com uma bomba dentro

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Versão extra-oficial 2 - uma bomba colocada dentro do edifício

Versão extra-oficial 3 - uma bomba no contâiner na frente do edifício e outra bomba, dentro de sacos de cimentos, dentro do prédio, que estava em obras. Elas teriam explodido de forma simultânea (esta é uma das mais recentes versões)

Versão extra-oficial 4 - uma bomba colocada no teto do edifício por um helicóptero

Vítimas do atentado

85 mortos

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Mais de 300 pessoas mutiladas e feridas

Pessoas presas, mas liberadas, por falta de provas

- Delegados e policiais de "La Bonaerense"

- Carlos Telleldín, revendedor de carros roubados, que teria vendido a Traffic

- Testemunha "C", detida na Alemanha

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- Wilson dos Santos, brasileiro, o primeiro que falou sobre a pista iraniana

- Nasrim Mokhtari, iraniana suspeita de saber quem fez o atentado, suposta ex-namorada de Dos Santos

Hipotéticas conexões indiretas do atentado

- Contrabando de armas para a Croácia e Equador (1991-95)

- Morte de Carlos Menem Jr (1995), filho do presidente Menem

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