O New York Cosmos é uma história à parte do futebol nos Estados Unidos, que se desenvolveu na última década. A equipe feminina é vice-campeã mundial e medalha de ouro na Olimpíada e com uma seleção masculina que chegou a eliminar a Espanha, campeã do mundo, na Copa das Confederações em 2009. Fundado nos início dos anos 1970, o Cosmos foi uma iniciativa de Steve Ross, então presidente da Warner. Mas o time enfrentava dificuldades para crescer em um esporte praticamente ignorado nos EUA. As partidas eram disputadas para algumas dezenas de pessoas em campos esquecidos no país. Foi quando assessores do empresário das comunicações tiveram a idéia de contratar Pelé. Na maior negociação do futebol na época e que contou com a ajuda até mesmo do então secretário de Estado Henry Kissinger, o maior jogador do mundo foi contratado no início de 1975, dando início à época áurea do Cosmos. Seu salário de US$ 1,5 milhão (US$ 6 milhões) superava o das estrelas do baseball, do futebol americano e do basquete. A estréia de Pelé foi transmitida pela CBS, uma das maiores redes de TV dos EUA. As partidas do Cosmos passaram a ser disputadas no estádio do Giants, chegando a reunir 70 mil espectadores. Sem conquistar um título, a equipe acabou contratando outros jogadores, como Carlos Alberto Torres e Beckenbauer. Porém foi o italiano Chinaglia que rivalizaria com Pelé e, de uma certa forma, transformaria a história do time. Maior goleador do clube, ele jogou no Cosmos no seu apogeu de sua carreira. Seu jeito emotivo encantou os torcedores, especialmente a gigantesca comunidade italiana de Nova York. Com a aposentadoria de Pelé em 1981, Chinaglia passou a reinar sozinho. Mas o futebol começou a perder espaço e deixou de ser exibido em rede aberta pela ABC, que havia adquirido os direitos. A maior parte dos clubes começou a ter prejuízo. No fim, o time de Nova York também fechou as portas. A marca acabou nas mãos de Peppe Píton, que, conforme relata o documentário "Once in Lifetime", sobre a história do Cosmos, era uma figura nebulosa ligada a Chinaglia. Por anos, ele se recusou a vender os direitos de usar o nome, mas acabou chegando a um acordo com um consórcio inglês. Atualmente, as pessoas mais com mais de 40 anos ainda se lembram do Cosmos em Nova York, quando a cidade era bem mais violenta do que atualmente. Jogadores como Mia Hamm, maior jogadora da história dos EUA, e Alex Lalas, da seleção de 1994, dizem ter decidido jogar futebol depois de terem assistido ao Cosmos
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O jornalista Gustavo Chacra, mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia, é correspondente de "O Estado de S. Paulo" em Nova York. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Yemen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti e crescimento da Al Qaeda no Yemen. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo, empatado com o blogueiro Ariel Palacios