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De Beirute a Nova York

De Albany a Jerusalém - A eterna discussão sobre as capitais

Vim para Albany, capital do Estado de Nova York. Sei que muitos fanáticos por Almanaque Abril como eu sempre souberam que a cidade de Nova York não era capital do próprio Estado. Assim como Miami e Orlando não são capitais da Flórida. Tampouco Dallas e Houston do Texas. Pior, a da Califórnia não é San Francisco, nem Los Angeles, nem San Diego. Cidades menores como Tallahassee (Flórida), Austin (Texas) e Sacramento (Califórnia) ocupam, assim como Albany, o posto de capitais.

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Por gustavochacra
Atualização:

Alguns países, incluindo o Brasil e os EUA, possuem capitais que não são as principais cidades. Canadá e Austrália são outros dois.

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Por este motivo, não sei por que dão tanta importância para a polêmica de Jerusalém ser a capital de Israel ou do futuro Estado palestino. Na prática, Jerusalém já é a capital israelense. O Knesset e todos os prédios governamentais estão construídos há décadas e em funcionamento. Verdade, os outros países não reconhecem e ainda mantêm as suas embaixadas em Tel Aviv. Mas o próprio Lula se reuniu com Netanyahu em Jerusalém e isso de uma certa forma já pode ser considerado reconhecimento.

A capital de facto dos palestinos, devido à ocupação e outros fatores, é Ramallah. Nesta emergente cidade da Cisjordânia, está localizada a administração da Autoridade Palestina e todas as missões estrangeiras.

Nas negociações entre israelenses e palestinos, um lado terá que ceder na questão dos assentamentos (Israel) e o outro na dos refugiados (Autoridade Palestina). Sobra, como grande tema, o status final de Jerusalém.

Já escrevi aqui e repito. Não dá geograficamente mais para dividir Jerusalém. Há uma série de bairros judaicos no lado palestino, incluindo a Universidade Hebraica em Mount Scopus. Visitei uma capital dividida no Chipre e não há nada mais deprimente do que ver um muro atravessando uma cidade.

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A saída estaria em manter Jerusalém unificada e, apenas para agradar, como capital dos dois países. No caso, seria na prática de Israel e apenas simbólica dos palestinos, com a sede da Presidência na tradicional Casa Oriental - a administração permaneceria em Ramallah.

Os moradores, independentemente da religião, poderiam optar pela cidadania que preferissem - palestina ou israelense. Com o direito de trabalhar em qualquer lugar da cidade.

Obs. Ainda estou nesta reportagem especial e apenas terei condições de responder aos comentários mais tarde. Mas os publicarei ao longo do dia

Encontro dos Leitores (Todos convidados, mas eu não estarei presente porque moro fora do Brasil)

Bar Tribunal

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Fone: 3031-7311

Sábado, dia 28 de agosto

A partir das 16 hrs

Comentários islamofóbicos, anti-semitas e anti-árabes ou que coloquem um povo ou uma religião como superiores não serão publicados. Tampouco ataques entre leitores ou contra o blogueiro. Pessoas que insistirem em ataques pessoais não terão mais seus comentários publicados. Não é permitido postar vídeo. Todos os posts devem ter relação com algum dos temas acima. O blog está aberto a discussões educadas e com pontos de vista diferentes

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O jornalista Gustavo Chacra, mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia, é correspondente de "O Estado de S. Paulo" em Nova York. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Yemen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti e crescimento da Al Qaeda no Yemen. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo em 2009, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

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