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De Beirute a Nova York

De Khamanei a Paulo Coelho - Ao proibir livro, Teerã demonstra ser um fiasco em relações públicas

Havia um ditado no passado dizendo que "os palestinos nunca perdem uma oportunidade de perder uma oportunidade". Esta frase se aplicava bem aos tempos de Yasser Arafat. Mas, desde a chegada ao poder do premiê Salam Fayyad, PhD em economia pela Universidade do Texas, os palestinos aprenderam a fazer relações públicas e hoje conquistam a simpatia de todo o mundo.

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Por gustavochacra
Atualização:

Já o Irã dos tempos de Mahmoud Ahmadinejad parece ter assumido o posto dos palestinos. As atitudes do atual regime prejudicam apenas a eles próprios. A imagem internacional do país não para de se deteriorar. Uma hora são os alpinistas presos, em outro o presidente questiona o Holocausto e o 11 de Setembro, manda para cadeia um diretor de cinema, condena uma mulher à morte por apedrejamento e a lista prossegue até chegar à proibição dos livros do Paulo Coelho.

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Não dá para entender. Mesmo porque os livros continuarão sendo encontrados facilmente no mercado negro de Teerã. E, além disso, o Irã dos tempos de Ahmadinejad se tornará ainda mais pária na comunidade internacional. Com um histórico destes, ninguém conseguirá defender o Irã nos fóruns internacionais, como as Nações Unidas. Até mesmo a bem mais conservadora Arábia Saudita é mais hábil na hora de fazer relações públicas. O regime iraniano deveria aprender urgentemente com os palestinos a receita para melhorar a imagem - basicamente, acabar com o radicalismo e deixar de tomar atitudes sem sentido.

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O jornalista Gustavo Chacra, mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia, é correspondente de "O Estado de S. Paulo" em Nova York. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Yemen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti e crescimento da Al Qaeda no Yemen e eleições em Tel Aviv, Beirute e Porto Príncipe. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo em 2009, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

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