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De Beirute a Nova York

Desde quando israelenses e palestinos se odeiam?

Por que israelenses e palestinos se odeiam tanto? Primeiro, que fique claro, palestinos e israelenses, apesar de divergências, conviviam bem até os anos 1980 e mesmo durante os 1990. Muitos habitantes de Gaza ou de cidades na Cisjordânia trabalhavam em Israel, assim como muitos  israelenses visitavam as cidades e vilas palestinas para passear. Era comum israelenses judeus e palestinos cristãos e muçulmanos serem amigos e colegas de trabalho.

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Por gustavochacra
Atualização:

Conforme uma série de especialistas na região começou a frisar nos últimos tempos, esta convivência entrou em colapso com a separação entre os dois lados. No caso de Gaza, é ainda mais chamativo. Qualquer habitante de Gaza com menos de 20 anos dificilmente tem memória do que é Israel. E israelenses com menos de 20 anos entraram nos territórios palestinos apenas em ocupações militares (e, mesmo assim, em um número estatisticamente irrelevante).

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Sem esta convivência, as narrativas mais extremistas ganham força. Em Gaza, é fácil para o Hamas demonizar os israelenses porque os jovens palestinos nunca viram um pessoalmente. O contato deles com Israel se dá agora na invasão por terra ou por TVs e posts em redes sociais cadas vez mais radicais. O mesmo ocorre do outro lado. Israelenses não conhecem palestinos de Gaza. O contato deles com o território se dá através dos foguetes lançados pelo Hamas e também por posts radicais em redes sociais (basta ver aqui no Brasil a quantidade de bobagens e mentiras envolvendo o conflito aqui no Facebook e mesmo em grandes jornais).

Quanto maior a convivência, maior a chance de paz. Basta observar como os árabe-israelenses, sejam eles cristãos ou muçulmanos, apesar de críticos de políticas de Israel, convivem bem com os vizinhos judeus e são integrados à sociedade israelense. Eles jamais lançariam foguetes contra Tel Aviv mesmo porque muitos vivem em Jaffa e em outras partes da cidade.

O problema é que a falta de convivência, já no zero em Gaza, tende a crescer também na Cisjordânia, onde o contato dos palestinos com Israel cada vez mais se resume aos colonos, que representam a ala mais radical dos israelenses. 

Não sei como faz para publicar comentários. Portanto pediria que comentem no meu Facebook (Guga Chacra)e no Twitter (@gugachacra), aberto para seguidores

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Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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