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De Beirute a Nova York

Diplomacia e sanções não funcionam; no caso do Irã, é guerrear ou aceitar a bomba atômica

no twitter @gugachacra

Por gustavochacra
Atualização:

O Irã teria concordado em retomar as negociações sobre o programa nuclear depois de ser alvo de sanções impostas pelos EUA e a União Européia. Mas, mais uma vez, o diálogo não funcionará. O regime de Teerã seguirá adiante em sua busca de desenvolver uma bomba atômica (ou a capacidade de desenvolver uma, ficando no mesmo patamar do Brasil e do Japão), por mais que suas autoridades neguem.

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Países que pretendem ter armas atômicas sempre mantêm esta prática de ceder ocasionalmente para ganhar tempo quando necessário para, depois, endurecer de novo. Cada mês a mais é precioso para os iranianos, pois os aproximam da bomba. Abrir canais diplomáticos tiram da mesa, por mais um tempo, o risco de uma ação militar israelense.

Não há, porém, nenhum incentivo para o regime de Teerã deixar de lado os seus planos nucleares. Basta olhar para o mundo. Ninguém tem coragem de mexer com a Coréia do Norte e o Paquistão porque estas duas nações possuem bombas atômicas. Saddam Hussein e Muamar Kadafi, que não tinha, foram derrubados do poder justamente pelo Ocidente que tenta convencer os iranianos de supostas vantagens de não ter estes armamentos.

Teerã, com ou sem este regime, seguirá com seus planos de ter uma bomba atômica. Mesmo os maiores opositores do regime são a favor do programa nuclear. Faz parte do orgulho persa. Afinal, ao redor deles, o Paquistão, Rússia e Israel estão armados, sem falar no Afeganistão ocupado pelos EUA. Por que o Irã não se armaria?

Os israelenses e os sauditas, por sua vez, não querem saber de um Irã nuclear porque isso mudaria a balança de poder definitivamente na região. E estas nações sabem que apenas uma ação armada demoveria os iranianos deste objetivo. Porém levam os custos de um conflito que pode facilmente se transformar em uma terceira guerra mundial.

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Não adianta insistir em solução diplomática com o Irã. Há duas opções. Primeiro, como faz o candidato libertário Ron Paul, pode se aceitar um Irã nuclear, pois a Teoria da Mutua Destruição assegurada impediria Teerã de atacar um vizinho. Ou, em segundo lugar, pode-se atacar as instalações iranianas com resultados incertos.

Agora, aplique estas duas opções imaginando 1) Que você mora em Tel Aviv ou Riad; 2) Que você mora em Teerã

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O jornalista Gustavo Chacra, correspondente do jornal "O Estado de S. Paulo" e do portal estadão.com.br em Nova York e nas Nações Unidas desde 2009, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Iêmen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti e crescimento da Al-Qaeda no Iêmen. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

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