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De Beirute a Nova York

É errada a informação de que muçulmanos matam 100 mil cristãos por ano, diz BBC

Não, os muçulmanos não matam 100 mil cristãos por ano, ao contrário do que uma estimativa difundida na internet pelo Centro de Estudos da Cristianismo Global, no Gordon-Conwell Theological Seminary. A BBC já desmistificou este número, usado em larga escala pela imprensa mundial depois de ser adotado pelo Vaticano. Segue a explicação abaixo sobre os motivos de ele ser errado (e muitos que o usam não sabem estar errado e não o fazem de má fé).

Por gustavochacra
Atualização:

Primeiro, a maioria morreu na Guerra Civil do Congo. Cerca de 4 milhões morreram no conflito, segundo a BBC, em dez anos. O CSGC conta como 900 mil sendo cristãos e vítimas inocentes. Mas o Congo é majoritariamente cristão. São cristãos matando cristãos em muitos casos. O CSGC pega este valor errado de900 mile divide por dez anos, chegando a 90 mil. 

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Sobram 10 mil que pode ser sim o número de pessoas mortas em média por ano por serem cristãs. Neste caso, o número é inferior ao de muçulmanos mortos por serem muçulmanos apenas nos massacres na República Centro-Africana - o número de mortos em conflitos intra-muçulmanos, como no Iraque e no Afeganistão, é bem maior. Algumas entidades, como a International Society for Human Rights, trabalha em um número entre 7 e 8 mil cristãos mortos pela religião nos últimos anos.

Boko Haram NÃO representa muçulmanos, que condenam SIM sequestro de meninas

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O curioso é que alguns dos cristãos que correm mais riscos são os sírios e eles são vítimas da oposição apoiada pelo Ocidente. E são aliados, na maior parte dos casos, de Bashar al Assad, Irã e Hezbollah. Assim como eram de Saddam Hussein, mas precisaram fugir, em sua maioria, depois da invasão americana. Para onde foram? Para a Síria.

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Para terminar, eu já escrevi dois posts nesta semana condenando o deplorável sequestro das meninas na Nigéria, em sua maioria muçulmanas, não cristãs. No primeiro post, expliquei o episódio e o Boko Haram. No segundo, hoje, mostrando como, ao contrário do que dizem islamofóbicos, entidades islâmicas internacionais condenaram o episódio.

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Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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