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De Beirute a Nova York

É pior armar a Arábia Saudita, como os EUA, ou a Síria, como a Rússia?

no twitter @gugachacra

Por gustavochacra
Atualização:

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Os Estados Unidos venderam US$ 60 bilhões em armas no ano passado para a Arábia Saudita, na maior transação da história militar do mundo. Dias atrás, a Rússia enviou um carregamento com armamentos para o porto de Tartus, na Síria. Os americanos condenaram abertamente a ação. Moscou se defendeu dizendo que tudo está dentro da legislação internacional, afinal não existe nenhuma resolução da ONU impondo qualquer forma de sanções ao regime de Bashar al Assad - obviamente, porque eles próprios vetam.

Tanto Washington quanto os russos não cometeram ilegalidades nestas vendas. Tampouco a Síria e a Arábia Saudita desrespeitaram qualquer lei ao adquirir os arsenais para as suas forças de segurança. Mas, convenhamos, não deixa de ser deprimente ver as duas nações mais poderosas do mundo, em questões militares, armando regimes deploráveis como o sírio e o saudita.

Assad iniciou uma violenta repressão contra a oposição que resultou na morte de 5 mil pessoas. Estas ações levaram os opositores a se armarem e formarem milícias com o apoio do Qatar e da Arábia Saudita. Atualmente, partes da Síria estão em guerra civil. E as armas russas apenas contribuirão para o agravamento do cenário.

Os EUA ficam com razão bradando dos perigos de Assad, mas sempre fecham os olhos para os seus aliados no Golfo Pérsico, como a monarquia em Bahrain, que reprime violentamente os opositores. Claro, os americanos têm interesses, assim como Moscou em Damasco. Aliás, as situações são quase idênticas.

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De um lado, os americanos precisam de Bahrain para manter a sua presença militar no Golfo Pérsico, afinal o pequeno país é sede da Quinta Frota americana na região. Os russos, por sua vez, necessitam de Tartus na Síria, sua única base militar no Mediterrâneo.

Para completar, antes que me esqueça, os US$ 60 bilhões em armas dos EUA foram para um regime que trata as mulheres como animais. Elas não podem sequer circular sem um acompanhante pelas ruas. Estrangeiros são escravizados em Riad. Muçulmanos xiitas e cristãos são tratados como segunda classe. Judeus, nem se fala. Se pisarem no país, correm risco de vida.

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Mais uma vez, desculpem os problemas

abs

Guga

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O jornalista Gustavo Chacra, correspondente do jornal "O Estado de S. Paulo" e do portal estadão.com.br em Nova York e nas Nações Unidas desde 2009, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Iêmen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti e crescimento da Al-Qaeda no Iêmen. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

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