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De Beirute a Nova York

Egito-Turquia, e não Irã-Palestina, é o maior problema de Israel em seu aniversário

Por gustavochacra
Atualização:

no twitter @gugachacra

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Israel faz aniversário de sua independência hoje, segundo o calendário judaico. E talvez seu problema mais grave não seja o Irã ou os palestinos. No primeiro caso, conta com o apoio da maior parte da comunidade internacional. No segundo, se quiser, resolve a questão pois é o ator mais forte na hora de tomar decisão.

Na verdade, a Turquia e o Egito se transformaram no maior problema de Israel. Estas duas nações eram fundamentais para a estratégia de segurança israelense ao longo das últimas três décadas. Hoje, os egípcios cortam até o gás e os turcos sempre que podem se posicionam de forma antagônica ao governo israelense.

Pior, Israel não tem muito o que fazer. Afinal, sempre cumpriu o acordo com o Egito desde que devolveu o Sinai. Simplesmente, no Cairo, o discurso populista tem ganho força e atacar verbalmente os israelenses é a maneira mais simples para tentar atrair votos.

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O premiê Recep Tayyp Erdogan, da Turquia, leva adiante um política externa que é o avesso da sua doméstica. Em seu território, reprime os curdos, rejeita qualquer debate sobre o genocídio armênio e mantém assentamentos no Chipre.

Externamente, apóia os curdos no Iraque e na Síria, crítica os assentamentos de Israel e condena Bashar al Assad pelos massacres de opositores. Agora, decidiu bater de frente também com o governo iraquiano.

O que Israel pode fazer? Não muita coisa. A Turquia e o Egito desfrutam de simpatia internacional, diferentemente do Irã. Um integra a OTAN. O outro recebe uma bilionária ajuda militar americana. Para complicar, são poderosos, ao contrário dos libaneses, palestinos e sírios.

E dá para piorar. O rei Abdullah, da Jordânia, corre elevado risco de ser deposto por golpe.

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O jornalista Gustavo Chacra, correspondente do jornal "O Estado de S. Paulo" e do portal estadão.com.br em Nova York e nas Nações Unidas desde 2009, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Iêmen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti e crescimento da Al-Qaeda no Iêmen. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

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