Durante a campanha presidencial no ano passado, os defensores de Barack Obama diziam que o presidente americano havia encerrado a Guerra do Iraque e praticamente derrotado a Al Qaeda. Além de, na economia, ter evitado o colapso de Detroit ao ajudar a indústria automobilística na cidade.
Um ano depois, Obama determina o fechamento de 19 embaixadas e missões diplomáticas americanas diante do risco de atentados da Al Qaeda. A rede terrorista também passou a dominar a oposição síria, curiosamente apoiada pelos EUA, na luta contra o regime de Assad. No Iraque, a violência bate recordes desde o auge do conflito em 2006. Carros-bomba são literalmente diários em Bagdá. O que mudou, apenas, é a ausência de tropas americanas.
E Detroit? Quebrou. E não tem como culpar Mitt Romney, o candidato republicano. Quebrou nas mãos de Obama. Sem dúvida, a decadência de Motown ocorre há décadas. Mas o presidente não evitou o colapso.
Para completar, nem adentrarei a questão da suposta redução dos ataques com Drones, anunciadas por Obama meses atrás. Os bombardeios de aviões não tripulados apenas aumentaram nas últimas semanas. Foram nove ataques em 13 dias. Falta falar da prisão de Guantánamo, que obviamente segue aberta.
Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires