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De Beirute a Nova York

Enquanto Israel luta para manter apoio dos EUA, os palestinos conquistaram os BRIC

no twitter @gugachacra

Por gustavochacra
Atualização:

Nos últimos anos, enquanto Israel apenas se preocupou em manter seu apoio nos Estados Unidos, esquecendo o resto do mundo, os palestinos buscaram ampliar as suas alianças. Como os americanos não possuem a mesma força que tinham nos anos 1990, os israelenses viram suas posições se enfraquecerem na comunidade internacional.

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Os palestinos, por sua vez, estreitaram as relações com a China, Brasil, Rússia, Índia, África do Sul e Turquia, que são justamente alguns dos países que mais se fortaleceram na última década. A Europa, sem a mesma importância do passado, está cada vez mais dividida, com países escandinavos e a Espanha adotando uma linha mais próxima da dos palestinos. França, Inglaterra e Alemanha ficam em cima do muro, o que não ajuda aos israelenses.

Se quiser voltar a ter fortalecidas as suas posições, Israel precisará buscar uma aproximação com os BRIC. Mas não será fácil. No caso da China e da Índia, não conta com uma comunidade judaica local forte para apoiar. No Brasil, existe, mas também há uma comunidade árabe disposta a defender o lado palestino. Na Turquia, os judeus pouco podem fazer em um governo de Erdogan. Na África do Sul, muitos foram para a Inglaterra nos últimos anos. E os russos judeus que mais defendiam os israelenses vivem hoje justamente em Israel.

Já os palestinos contam com a diáspora árabe, a islâmica e, mais importante, o apoio de todos os grupos que possuem um sentimento anti-americano ou simplesmente simpatizam com a causa palestina. Isto é, de países que são contra Israel por serem contra os EUA. E, no caso, os BRIC mais a Turquia são justamente algumas das nações onde esta corrente de pensamento nos governos é mais forte.

Lembro que, conforme disse dezenas de vezes, que não dá para ser pró-Israel sem ser pró-Palestina. O que existe são posições anti-Israel ou anti-Palestina ou pró-Israel&Palestina. No texto, quis dizer que Israel defende posições algumas vezes anti-Palestina e os palestinos defendem algumas vezes posições anti-Israel. Os EUA várias vezes adotas posturas pró-Israel&Palestinos. Em outras, apenas anti-Palestina. Os BRIC várias vezes adotam posições pró-Israel&Palestinos. Em outras, apenas anti-Israel.

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Desta forma, por mais que a comunidade internacional seja em sua maioria pró-Israel&Palestina, a balança para o lado anti-Israel tem aumentado de peso, enquanto o campo anti-Palestina ficou mais leve.

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O jornalista Gustavo Chacra, correspondente de "O Estado de S. Paulo" em Nova York e nas Nações Unidas desde 2009, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Yemen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti e crescimento da Al Qaeda no Yemen. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

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