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De Beirute a Nova York

Entenda a geografia da Guerra da Síria

Vamos deixar de lado um pouco a diplomacia e a política na Síria para falar da geografia para entender o conflito militar. Podemos dividir o território sírio em seis partes (Veja este mapa do New York Times para entender)

Por gustavochacra
Atualização:

Parte 1 - Fronteira com a Turquia no interior - Esta região não está mais sob controle do regime. Áreas curdas passaram para as mãos dos curdos, enquanto diferentes facções da oposição dominam outros territórios

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 Parte 2 - Aleppo - Centro econômico da Síria, é hoje um campo de batalha. Alguns bairros estão com os opositores, enquanto outros ainda permanecem sob soberania do regime

 Parte 3 - Costa Mediterrânea - Este é o maior bastiãode Assad, com expressiva população alauíta e cristã, associadas ao regime. São raros os confrontos. Tartus é praticamente uma bolha de segurança vivendo em uma Síria não mais existente em outras partes do país

 Parte 4 - Damasco - A capital ainda está com o regime, mas não há tanta segurança. Tem ocorrido muitos atentados e os rebeldes controlam algumas áreas nos subúrbios. Falta ainda capacidade militar para dominar a cidade

 Parte 5 - Áreas druzas - próximas às fronteiras com Israel e Jordânia, permanecem instáveis, mas ainda com o regime

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 Parte 6 - Estrada de Damasco a Aleppo - Nesta via, estão cidades importantes como Hama e Homs, além de uma série de vilas

De todas estas, neste momento, o mais importante é prestar atenção na Parte 6. Os rebeldes, se controlarem algumas vilas chaves, como já começa a acontecer, poderão cortar o acesso de suprimentos do regime de Damasco para a Aleppo. Desta forma, teriam condições de finalmente dominar integralmente o centro econômico sírio, que passaria a ser uma espécie de "Benghasi" deles. Na prática, existiriam duas sírias. O próximo passo para a oposição seria se organizar para tomar Damasco, Homs e Hama. A costa Mediterrânea permaneceria com o regime, como uma entidade quase independente

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O jornalista Gustavo Chacra, correspondente do jornal "O Estado de S. Paulo" e do portal estadão.com.br em Nova York e nas Nações Unidas desde 2009 e comentarista do programa Globo News Em Pauta, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Iêmen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti, Furacão Sandy, Eleições Americanas e crescimento da Al-Qaeda no Iêmen.No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

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