No Oriente Médio, estas duas décadas não causaram tanto impacto. Na Síria, morreu Hafez al-Assad, entrou seu filho Bashar. O Egito, óbvio, ainda é "governado" por Hosni Mubarak. A Jordânia teve uma sucessão como em Damasco, de pai para filho. Entre os sauditas, foi de irmão para irmão. Verdade, no campo econômico observamos a emergência dos países do golfo. Dubai, apesar de sua recente crise, se tornou sinônimo de sucesso e riqueza, assim como Abu Dhabi. O Qatar implementou a Al Jazeera, Bahrein inovou com uma embaixadora mulher e judia nos EUA e Omã terá a sua Ópera.
O Líbano se reergueu da guerra civil. Faz 20 anos que os libaneses pararam de se matar, mas ainda estão distantes de resolver seus conflitos internos e externos. O Irã e o Iraque também observaram o fim do mais violento conflito da região no século 20. Para completar, os EUA derrubaram Saddam Hussein, ocupam Bagdá e tentam ajudar na construção de uma democracia. O regime islâmico, por sua vez, permanece não tão firme e tampouco tão forte em Teerã. Sua queda equivaleria ao fim da União Soviética para o Oriente Médio.
O Afeganistão da Guerrra Fria era ocupado pelos soviéticos. Os EUA apoiavam os mujahedin contra o Exército comunista. Hoje, o território afegão é ocupado pelos americanos, que lutam justamente contra os mujahedin transformados em Al Qaeda e Taleban. Mais irônico, com armas russas. E, para terminar, se caiu o muro em Berlim, ergueram outro separando Israel das áreas palestinas - ou mais ou menos, já que o traçado também separa palestinos de suas fazendas e deixa vilas no lado israelense.