Esta decisão é um enorme erro pelos seguintes motivos
. O argumento seria de que o regime de Teerã apoia as Forças de Bashar al Assad. Sem dúvida, isso é verdade. Assim como a Rússia também apoia e participará das negociações
. Países do Golfo Pérsico, como a Arábia Saudita, Qatar e Kuwait, armas grupos rebeldes em alguns casos ligados à Al Qaeda e, mesmo assim, foram convidados
. O Irã, junto com a Rússia e o Iraque, está entre os maiores aliados e talvez seja o com maior capacidade de
. Os EUA estão em um momento de aproximação com o Irã em um tema ainda mais delicado - a questão nuclear. Por que não ampliar estes contatos para a Síria?
Para completar, a Conferência de Genebra fracassará porque
. Existe uma exigência para Assad deixar o poder. Mas por que o líder sírio, que está vencendo a guerra e controla todos os principais centros populacionais, a não ser por partes de Aleppo, concordaria em deixar o poder? Por que ele não disputaria as eleições sabendo que provavelmente venceria as eleições pois desfruta de relevante popularidade e não tem nenhum adversário na oposição com alguma importância?
. Qual a influência a oposição síria dos hotéis cinco estrelas de Istambul e Paris exerce sobre os rebeldes que lutam contra Assad e entre si dentro do território sírio?
. Como negociar um acordo de paz se os principais grupos rebeldes, muitos deles ligados à Al Qaeda, não participarão das negociações?
Como já escrevi aqui anteriormente, o foco deveria ser em três frentes
. Ajuda humanitária para os refugiados dentro e fora da Síria, pressionando o governo sírio a colaborar ainda mais
. Evitar que a instabilidade no Líbano se converta em Guerra Civil
. Contenha o avanço do ISIS (Estado Islâmico no Iraque e na Síria) no Iraque
Na Síria, a tendência é a de o regime consolidar seu domínio nas áreas que estão sob seu controle, enquanto grupos rebeldes continuarão lutando entre si em outras porções do território sírio
Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires
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