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De Beirute a Nova York

Herança da OTAN é democracia na Líbia e Al Qaeda em Mali

no twitter @gugachacra

Por gustavochacra
Atualização:

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Hoje às 20h participo do Programa Globo News Em Pauta para falar de Líbia, Mali, Egito e Anderson Silva. Aqui, um vídeo sobre o Central Park

Os defensores de uma intervenção militar da OTAN dirão que as eleições na Líbia neste fim de semana demonstram a importância de derrubar um regime ditatorial. Afinal, no fim, parece que um governo relativamente liberal pode assumir o poder em Trípoli.

Este argumento, porém, não leva em conta que o envio de armas para a Líbia acabou criando um Estado ligado à Al Qaeda no norte do Mali. O país era uma democracia frágil na África, com uma população três vezes maior do que a da Líbia. Desde os anos 1990, radicais islâmicos têm imigrado da Argélia para o norte do território.

Com os levantes na Líbia, muitos rebeldes anti-Kadafi acabaram contrabandeando armas para a região. Primeiro, um grupo secular chamado Movimento pela Libertação de Azawad decretou a independência da área. Mas eles rapidamente foram derrotados por facções ligadas à Al Qaeda da Península Arábica, que assumiram o poder.

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Nesta semana, os radicais islâmicos intensificaram a destruição de monumentos em Timbuktu, lembrando o Taleban no Afeganistão. Na capital de Mali, localizada no sul, militares derrubaram o presidente e prometem uma sangrenta guerra contra os islamitas no norte.

Podem dizer que Mali não tem o interesse geopolítico da Líbia. Mas o Afeganistão tampouco era importante nos anos 1990. Apenas o Irã se preocupava com a emergência da Al Qaeda, entrando em conflito com o Taleban. Precisou acontecer o 11 de Setembro para mostrar ao mundo que o regime de Teerã, isso mesmo, estava com a razão.

Mali, hoje, é o Afeganistão do início dos anos 1990.

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O jornalista Gustavo Chacra, correspondente do jornal "O Estado de S. Paulo" e do portal estadão.com.br em Nova York e nas Nações Unidas desde 2009, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Iêmen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti e crescimento da Al-Qaeda no Iêmen. Também é comentarista do programa Em Pauta, na Globo News. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

 

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