Mas Israel também pode ser Hebron. Uma cidade no meio da Cisjordânia onde vivem cerca de 200 mil palestinos. No meio deles, entre 400 e 500 colonos protegidos por soldados e grades. Os dois lados não se gostam. Aliás, se odeiam. Os colonos vivem em algumas casas nos andares de cima de lojas de árabes. Muitas vezes, decidem lançar lixo e excrementos nos comerciantes palestinos que, para se protegerem, tiveram que colocar redes no alto da rua. Para ir rezar na mesquita de Abraão, os palestinos são obrigados a cruzar três detectores de metal. Até o cinto tem que ser retirado. Os colonos entram pelo outro lado. Também cruzam um detector de metal. Mas é mera formalidade. Vi um deles cruzando e o aparelho apitando. O soldado não fez nada. Em 1994, o terrorista judeu Baruch Goldstein matou 29 muçulmanos que rezavam na tumba dos patriarcas. Hoje o local é completamente dividido para evitar confrontos. O resto da cidade velha de Hebron está quase abandonada, com soldados circulando nas ruas diante dos raros comerciantes que insistem em abrir as suas lojas para turistas inexistentes.