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De Beirute a Nova York

Khalil Gibran tinha o Líbano dele. Mas e você, qual a sua Israel?

Gibran Khalil Gibran disse certa vez que - "Você tem o seu Líbano; eu tenho o meu". Li esta frase hoje em texto do embaixador britânico em Beirute que deixará o posto nos próximos dias. Alguns podem ver o Líbano como um dos países mais cosmopolitas do mundo. Outros, como uma nação impregnada por disputas religiosas e terrorismo. Para mim, isso de cada um ter o "seu Líbano" não se aplica apenas ao "Líbano", mas a todos os países do mundo, incluindo Israel. Isto é, "você tem seu Israel; eu tenho o meu".

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Por gustavochacra
Atualização:

A Israel do esfaqueador da parada gay de Jerusalém não é mesma Israel de um artista gay de Tel Aviv. A Israel dos colonos israelenses que incendiaram uma casa na Cisjordânia e queimaram vivo um bebê palestino não é a mesma Israel de dezenas de milhares de israelenses que pregam a paz.

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Israel, neste momento, vive um dilema, pois diferentes "Israel" lutam para ver qual será a identidade do país no futuro e como será a relação com os palestinos. Esta luta chega até mesmo à família do premiê Benjamin Netanyahu. Seu cunhado afirma não haver espaço para a direita secular de Bibi e diz ter chegado a hora de um religioso assumir o poder.

Noto, antes de prosseguir, que não podemos fazer nenhuma forma de ligação da religião judaica com os terroristas. Os terroristas israelenses esfaquearam gays e queimaram um bebê palestino pelo simples fato de serem terroristas. Fossem muçulmanos, provavelmente integrariam a Al Qaeda. Os "queimadores de bebês" possuem mais em comum com os terroristas do ISIS que queimaram o jordaniano do que com os seus vizinhos.

Mas, concluindo, Israel precisa decidir qual será a sua identidade. Alguém tem a resposta?

Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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