Foto do(a) blog

De Beirute a Nova York

Mapas de Israel ignoram fronteira com Cisjordânia; palestinos deletam Tel Aviv

Pequenos detalhes mostram como alguns israelenses e árabes (palestinos e de outros países) não reconhecem um ao outro. A previsão do tempo do diário "Jerusalem Post" ignora as fronteiras da Cisjordânia. Nenhuma cidade deste território palestino é mostrada no mapa. Já o assentamento de Ariel, considerado ilegal pelas Nações Unidas, aparece. Mapas são vendidos na parte judaica ignorando as áreas palestinas.

PUBLICIDADE

Por gustavochacra
Atualização:

Em árabe, algumas cidades têm uma denominação diferente da existente em hebraico. Como nas estradas de Israel os sinais aparecem em três idiomas, esperava-se que a escrita em árabe trouxesse o nome da forma como os palestinos dizem - Ashkelon é Askalon, por exemplo. Mas os israelenses transliteram o nome hebraico para o árabe. A única exceção é Jerusalém, em que há a preocupação de colocar entre parênteses "Al Quds" ao lado de Jerusalém transliterado.

PUBLICIDADE

As colinas do Golan, anexadas ilegalmente em ato não reconhecido por nenhum país e tampouco pelas Nações Unidas, já foram usadas em propagandas de Israel nos Estados Unidos com os dizeres - "venha ser um cowboy no Golan; a única diferença é que, em vez de falar 'Hello', você dirá 'Shalom'".

Os árabes não ficam atrás na hora de fingir que Israel não existe. Jornais na Síria e no Líbano escrevem "Jerusalém ocupada" e "Palestina Ocupada". Mapas descrevem todo o território (Israel, Cisjordânia e Faixa de Gaza) como "Palestina". Cidades israelenses construídas após 1948 são ignoradas. Na verdade, mesmo Tel Aviv - fundada décadas antes da criação do Estado de Israel - foi varrida do mapa, como sonhariam alguns líderes da região.

No Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, em Ramallah (Cisjordânia), havia um cartaz com o título de "Terra Santa", com a foto de religiosos, mesquitas e igrejas. Cristãos de diversas denominações e muitos muçulmanos. Porém não havia nenhuma imagem do muro das Lamentações, de sinagogas ou de judeus. Inacreditável, pois, neste caso, não estavam negando uma nacionalidade (a israelense), mas a existência da religião judaica.

É importante deixar claro que israelenses vendem mapas com a separação da Cisjordânia, assim como em áreas palestinas é possível encontrar o globo terrestre com um ponto preto mostrando Tel Aviv, além de linhas posicionando Israel dentro das fronteiras pré-1967.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.