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De Beirute a Nova York

Minha carta de agradecimento aos colombianos

O Brasil deveria se voltar mais para a Colômbia. São duas nações vizinhas e extremamente parecidas. A Colômbia, assim como o Brasil, tem influência europeia e africana. Isso para não falar na libanesa, como a Shakira pode provar ou o Santiago Nassar que teve uma morte anunciada. A Colômbia também como arroz e feijão. A Colômbia come quibe. E toma café. Tem até um pan de bono que lembra o pão de queijo. Quando lemos "Cem Anos de Solidão" ou "Amor nos Tempos do Cólera", sentimos que a história parece passar no Brasil.

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Por gustavochacra
Atualização:

Viajei apenas uma vez para a Colômbia. Foi para ir ao casamento de dois amigos (Mari e Santiago) nas muralhas de Cartagena de Índias. É uma cidade colonial murada à beira do mar do mar Caribe. Fantástica, a começar pelo nome. Pegue Paraty e multiplique por dez. Terá Cartagena como resultado. Na ida e na volta, passei alguns dias em Bogotá. Fui sem grande expectativa. Voltei apaixonado por seus prédios de tijolos, pelos seus restaurantes, por suas ruas. Que cidade agradável! Não é a toa que diplomatas de todo o mundo lutam para ser baseados na capital colombiana.

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Os colombianos conheci melhor um pouco antes, quando me mudei para Nova York em 2005. Na Universidade Columbia, rapidamente, alguns se tornaram meus melhores amigos. Um deles, o Mario Chamorro, que eu elegi presidente da Associação dos Estudantes, até discursou no meu casamento. Também tinha o German, a Lulu, a Adriana, a Mari. Pareciam amigos de infância. Acho que todos os brasileiros que estudaram nos EUA têm amigos colombianos.

Infelizmente, a Colômbia, quando eu era menor, estava associada ao tráfico de drogas. Tempos de Pablo Escobar, do Cartel de Medelín e do Cartel de Cali. Depois, passou a ser sinônimo de FARC. Na última década, porém, a Colômbia fez um enorme esforço e, com sucesso, alterou a imagem da nação, que se tornou mais positiva, especialmente nos EUA. Ontem, finalmente, o Congresso aprovou o novo acordo de paz do governo com as FARC - o anterior havia sido rejeitado em referendo.

E, também ontem, nós brasileiros vimos a emocionante homenagem que os colombianos de Medelín fizeram à Chapecoense. Ali entendemos que os colombianos mais que amigos -são nossos irmãos. São como nós brasileiros. Que momento mágico de solidariedade. Tínhamos visto a simpatia da torcida colombiana na Copa. Mas desta vez foi algo especial. Honestamente, sempre fiquei honrado quando me perguntam se sou colombiano nos EUA. Agora ficarei mais ainda e talvez até minta - "Si, soy colombiano de Medelín".Gracias Colombia!

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