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De Beirute a Nova York

Não quer Trump nem Hillary? Conheça o libertário Gary Johnson

Donald Trump é o pior candidato republicano da história moderna. E Hillary Clinton pode não ser a pior democrata, mas certamente está entre os mais impopulares. Nas eleições passadas, os republicanos tinham um candidato sério e competente, como Mitt Romney. Os democratas, um presidente sem envolvimento em nenhum escândalo e com alguns importantes avanços, além de ser um símbolo, como Barack Obama.

Por gustavochacra
Atualização:

Eu gostava e admirava tanto Obama como Romney, embora discordasse de ambos em alguns pontos e concordasse em outros. É natural. Talvez eu estivesse errado e eles certos. Mas, mesmo naquela época, fiz questão de deixar claro existirem outros candidatos a presidente. Um deles era Gary Johnson, do Partido Libertário.

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Sei que, ao ouvir libertário, algumas pessoas têm preconceito e imaginam ser um dos extremistas existentes no Facebook. Longe disso. Johnson foi um bem sucedido governador do Novo México e, aposto, muitos que me seguem tendem a concordar com ele em pontos como imigração, educação, política externa, drogas e economia.

Imigração

Na imigração, seu plano é o mais maduro dos candidatos. Obviamente, Johnson, que governou um Estado fronteiriço, acha infantil a proposta de construir um muro e deportar imigrantes de Trump (que ele considera abertamente racista). Para Johnson, caso empregadores americanos precisem de mão de obra estrangeira e estrangeiros precisem do trabalho, eles devem se encontrar no livre mercado. Cabe ao governo fornecer vistos de trabalho. Simples assim.

Drogas

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Johnson defende também a legalização e regulamentação da maconha, como ocorre no setor de bebidas. No caso das outras drogas, ele avalia ser necessário incentivar programas de reabilitação.

Política Externa

Em política externa, Johnson avalia que os EUA devem ser preocupados com a sua segurança interna. Para o libertário, intervenções no exterior sempre terminaram em fracasso.

Aborto, Casamento Gay e Armas

Johnson diz respeitar o direito de as mulheres realizarem aborto se assim o quiserem e o governo não pode impor obstáculos. Pessoalmente, ele diz que não realizaria. Mas esta é uma posição individual que, segundo ele, não pode ser imposta a outras pessoas. Johnson também defende casamento entre pessoas do mesmo sexo e o direito de portar armas, em acordo com a segunda emenda da Constituição.

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Clima

Johnson acredita nas mudanças climáticas e diz que estas são causadas pelo homem. Ao mesmo tempo, avalia que inovações, e não intervenções governamentais, solucionarão o problema.

Educação

A educação, para Johnson, deve estar nas mãos dos Estados e municípios, não do governo federal.

Democratas e Republicanos

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Antes que me esqueça, Johnson era republicano. Mas não concordava com a guinada conservadora e religiosa do partido anos atrás. Agora, o problema republicano se acentuou com um candidato considerado por ele como racista e xenófobo, ficou inviável. Isso sem falar nas propostas populistas anti-imigração e anti-livre mercado de Trump, que vão contra um defensor da liberdade como Johnson. O libertário discorda dos democratas especialmente em economia. Ele defende um Estado menor. No caso de Hillary, ele tende a ser mais pacifista e isolacionista em política externa, enquanto a democrata é abertamente intervencionista.

No geral, esta frase da própria campanha do libertário resume seu pensamento

Gary Johnson believes government should be truly limited -- limited in the way the Founders envisioned. Responsible adults should be free to marry whom they want, arm themselves if they want, make their own decisions about their bodies, and lead their personal lives as they see fit -- as long as no harm is done to others. And they should be able to do so without unconstitutional scrutiny by the NSA, the ATF, the DEA or any other government agency.

Guga Chacra, blogueiro de política internacional do Estadão e comentarista do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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