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De Beirute a Nova York

Novo ministro da Defesa é o sunita mais poderoso em regime controlado por alauítas

Leia também o post anterior A Síria deixará de ser um Estado e guerra civil será pior do que a do Líbano dos anos 1980

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Por gustavochacra
Atualização:

O novo ministro da Defesa da Síria, Fahd Jasem al Farij, é hoje talvez o mais importante membro sunita do regime. Sua família é de Hama, um bastião da oposição desta vertente do islamismo ao governo de Damasco desde os anos 1980, quando Hafez Assad, pai de Bashar, estava no poder. Seu antecessor no cargo, morto no atentado de ontem, era Dawd Rajha, um cristão ortodoxo.

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A nomeação talvez seja uma estratégia de Assad para conter a crescente migração cada da ala sunita de seu regime para oposição, dominada por esta vertente majoritária do islamismo, enquanto o regime é controlado por alauítas. Nas últimas semanas, vimos as deserções do carismático general Manaf Tlass, filho de um ex-ministro da Defesa, e do embaixador da Síria no Iraque, Nawaf Fares. Ambos são sunitas. O vice-presidente Farouq al Shara, outro sunita, está afastado, apesar de não oficialmente.

Esta não seria a primeira vez que Assad usa Farij para tentar apaziguar os sunitas. O novo ministro havia sido indicado em agosto do ano passado para o posto de número dois das Forças Armadas justamente para tentar acalmar a população de Hama, que estava realizando enormes protestos contra o regime. Apesar de leal a Bashar, o general desfruta de admiração em sua terra natal.

Além dele, ainda há outros sunitas em postos altos no regime, como o chefe da inteligência militar em Damasco e o comandante da Força Aérea. De qualquer forma, quem dá as cartas nas forças de segurança é o irmão de Bashar, Maher Assad.

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O jornalista Gustavo Chacra, correspondente do jornal "O Estado de S. Paulo" e do portal estadão.com.br em Nova York e nas Nações Unidas desde 2009, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Iêmen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti e crescimento da Al-Qaeda no Iêmen. Também é comentarista do programa Em Pauta, na Globo News. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

 

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