Um alto diplomata de um dos países que integram de forma permanente o Conselho de Segurança da ONU me disse ontem que nenhuma ação será tomada contra a Síria sem o apoio dos outros países árabes.
Por enquanto, está descartada uma votação no Conselho de Segurança da ONU. A Rússia certamente manterá seu veto, especialmente depois do acordo entre Bashar al Assad com os seus vizinhos. Na Assembleia Geral, existe uma chance. Mas os países que integram o G77 não gostam de debates sobre os direitos humanos em Nova York. Na avaliação deles, com uma certa razão, estas questões devem ser votadas no Conselho de Direitos Humanos em Genebra.
Já na Síria, apesar dos choques de hoje, o regime deve implementar pelo menos parcialmente seus planos. Mas vale lembrar que a violência deve ser suspensa pelos dois lados. As forças de segurança certamente reagiram desproporcionalmente diante de qualquer ataque das milícias opositoras.
Protestos contra Assad devem crescer em algumas partes do país, mas dificilmente ganharão fôlego em Damasco e Aleppo. Nestas cidades, mega manifestações a favor do governo devem continuar.
A oposição baseada em Damasco deve comandar o diálogo com o governo em algumas semanas. Já os opositores do exterior são contra. Provavelmente, cairão na armadilha de Assad de serem responsabilizados por um fracasso no avanço.
Em Homs e outras cidades, se intensificaram os ataques sectários.