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De Beirute a Nova York

"Você nunca viu o seu time ser campeão"

no twitter @gugachacra

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Por gustavochacra
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Cresci escutando corintianos, sãopaulinos e os raros santistas na escola falando "cala a boca palmeirense, você nunca viu seu time ser campeão". Nasci em 1976, ano em que o Palestra entrou em uma fila que duraria até o 12 de junho de 1993. Foram seguidas humilhações ao perdermos campeonatos para equipes como o Inter de Limeira e Bragantino.

Todos os dias da minha infância e adolescência eu sonhava com o Palmeiras campeão. Era algo que parecia inatingível. Olhava para os torcedores do São Paulo e morria de inveja. Quando eu tinha 16 anos, eles já haviam visto sete Paulistas, três brasileiros e uma Libertadores.

Demorou, mas uma hora a conquista aconteceu naquele feriado de Corpus Christi em 1993 que mais uma vez parecia terminar como de "Porcos Tristes". Foram três gols no tempo normal contra o Corinthians e mais um na prorrogação com o Evair batendo pênalti. O Palmeiras finalmente voltava a ser campeão.

E não fomos apenas nós. O Corinthians ficou na fila 23 anos até aquele gol do Basílio em 1977. A Espanha, hoje absoluta no futebol internacional, jamais superava as quartas de final até 2008. O Boston Red Sox, no basebol, precisou de 86 anos para superar a maldição do bambino Baby Ruth e voltar a ser campeão. O Cubs não sabe o que é uma World Series há mais de um século.

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No Pacaembu, hoje, os corintianos podem sim finalmente ver o seu time campeão da Libertadores. Nada é eterno. Afinal, quando eu sofria bullying por ser palmeirense, rebatia com a resposta "Cala boca corintiano, você nunca viu o seu time ser campeão brasileiro". Até vir o Tupãzinho, o Romarinho de outra época, e hoje o alvinegro é penta enquanto os alviverdes pararam no tetra (se bem que na verdade são oito, pela nova contagem, como lembrou um leitor).

Por ter vivido em Buenos Aires e freqüentado a Bombonera, desenvolvi um carinho pelo Boca Juniors. Por outro lado, seria magnífico ver o tamanho da festa do Corinthians campeão, com todo estilo, eliminando simplesmente o Santos na semifinal e o Boca na final. Mais perfeito do que isso, apenas vendo o Marcos defender um pênalti do Marcelinho Carioca.

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O jornalista Gustavo Chacra, correspondente do jornal "O Estado de S. Paulo" e do portal estadão.com.br em Nova York e nas Nações Unidas desde 2009, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Iêmen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti e crescimento da Al-Qaeda no Iêmen. Também é comentarista do programa Em Pauta, na Globo News. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

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