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De Beirute a Nova York

O que esperar de uma guerra que tem Hezbollah de um lado e Al Qaeda do outro?

O relatório da ONU elaborado por Paulo Sérgio Pinheiro confirma o que falo há meses aqui no blog. O conflito na Síria não envolve de um lado uma força democrática opositora buscando derrubar um regime ditatorial que reprime com violência. Trata-se, hoje, de um conflito sectário.

Por gustavochacra
Atualização:

Os opositores sírios são majoritariamente muçulmanos sunitas, apesar de haver alas laicas. A influência de grupos salafistas, muitos ligados à Al Qaeda, aumentou.

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Já o regime mantém, além de suas Forças Armadas, milícias alauítas, cristãs e druzas e conta com o apoio do Irã, do Iraque e do Hezbollah. Curdos e palestinos também estão se armando, embora sem necessariamente estarem ao lado de Bashar al Assad ou de opositores.

Não há bonzinho na Síria. Os dois lados são ruins. Não tem jeito. Acabou. Todas as soluções propostas para resolver o conflito fracassarão. A única alternativa é esperar até surgir um novo equilíbrio, seja ele qual for. Pode ser o desmantelamento do país, um Estado islâmico, uma democracia sectária como no Líbano ou uma nova ditadura secular, talvez até mesmo controlada por Assad. Mas ainda não chegamos neste ponto. Muitos massacres ocorrerão e milhares de pessoas morrerão.

Os EUA, França, Rússia, Brasil, Arábia Saudita e Irã não podem fazer absolutamente nada. Aliás, até podem, não jogando mais lenha na fogueira e tentando evitar que o conflito atinja, como já atinge, o Líbano e a Jordânia. A Turquia é forte e tem como se defender.

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O jornalista Gustavo Chacra, correspondente do jornal "O Estado de S. Paulo" e do portal estadão.com.br em Nova York e nas Nações Unidas desde 2009 e comentarista do programa Globo News Em Pauta, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Iêmen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti, Furacão Sandy, Eleições Americanas e crescimento da Al-Qaeda no Iêmen.No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

 

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