O Egito pode não ser mais uma ditadura, como nos tempos de Hosni Mubarak. Mas tampouco é uma democracia consolidada. Está em transição, como o Brasil nos anos 1980. Aliás, coincidentemente, com uma crise econômica acentuada. Eleições apenas não significam que o país seja democrático. Morsi não pode se espelhar apenas nas urnas, como Chávez, para justificar ações como as de ontem.
Vamos torcer para que os protestos de opositores na Tahrir e manifestações como a do Nobel da Paz, Mohammad El Baradei, criticando a atitude do presidente, surtam efeito. Morsi é uma peça importante no xadrez político do Oriente Médio e teve muito mérito ao conseguir a trégua em Gaza e não pode estragar suas conquistas ao apelar para o autoritarismo. O Oriente Médio não precisa de um Chávez da Irmandade Muçulmana neste momento
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O jornalista Gustavo Chacra, correspondente do jornal "O Estado de S. Paulo" e do portal estadão.com.br em Nova York e nas Nações Unidas desde 2009 e comentarista do programa Globo News Em Pauta, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Iêmen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti, Furacão Sandy, Eleições Americanas e crescimento da Al-Qaeda no Iêmen.No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo, empatado com o blogueiro Ariel Palacios