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De Beirute a Nova York

Obama transforma "assassinato" em "ação letal" para justificar ataques de Drones

Barack Obama tentou defender seus ataques com Drones hoje em discurso em Washington. Mas, no fim, seus argumentos, como bem falou em entrevista para a CNN Jeremy Scahill, autor do livro Dirty Wars, sobre as guerras do atual presidente americano, não tiveram muitas diferenças em relação ao que fazia George W. Bush quando estava no poder.

Por gustavochacra
Atualização:

Mudaram apenas as palavras. O Nobel da Paz e professor de direito sabe se expressar melhor e tem um ótimo redator para seus discursos lidos com um talento quase inigualável em seu teleprompter. Por exemplo, oque para Bush era guerra, para Obama recebe o nome de "intervenção". O que para Bush era assassinato, para Obama é "ação letal".

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Nos seus ataques com Drones, estes robôs voadores que bombardeiam o Yemen, a Somália e o Paquistão, foram mortos muitos civis. Há discussões sobre os números. Mas até Obama admite existirem vítimas sem ligação com o terrorismo.

Quatro cidadãos americanos foram mortos entre os milhares de seres humanos alvejados. Destes, pelo menos dois não eram terroristas. Um deles era o filho de Anwar al Awalaki, acusado de terrorismo. Foi assassinado por um Drone. Obama não soube explicar o motivo. Ser filho de criminoso não é crime.

O presidente argumenta que os ataques com Drones aumentaram a segurança dos americanos. Será? Quais os dados dele? Se não houvessem ocorrido estes bombardeios, teria havido mais terrorismo? Bush não dizia o mesmo da Guerra do Iraque? Enfim, entre Obama e Bush,mudaram as palavras, mas não a forma de conduzir a guerra ao terror, a não ser pelo fim da tortura, embora alguns já digam estas foram apenas terceirizadas...

Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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