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De Beirute a Nova York

Oriente Médio vive seu Campeonato Paulista, à espera de uma Copa

De quatro em quatro anos, os jornalistas esportivos cobrem a Copa do Mundo. Anualmente, os de cinema podem acompanhar o Oscar. Repórteres de política têm assunto garantido a cada dois anos, com as eleições. Quem trabalha como correspondente internacional acaba tendo uma rotina diferente. Existem dois tipos de assunto. O primeiro é aquele que acompanhamos há anos ou mesmo décadas na expectativa de que uma solução seja encontrada. O segundo é a notícia surpreendente, que altera em um dia o cenário de meses ou anos. Diria que o primeiro caso seria o Campeonato Paulista. O segundo, a Copa do Mundo, onde realmente vemos a história. Pode ser para o bem ou para o mal.

Por gustavochacra
Atualização:

Hoje, temos uma série de temas no Oriente Médio. A questão israelense-palestina está em seu momento Campeonato Paulista. De pontos corridos e no primeiro turno. Com aqueles jogos de quarta à noite entre Santos e Santo André. Nada acontece e mesmo que ocorra não alterará nada o cenário no curto prazo. O mesmo dá para dizer da possível resolução do Conselho de Segurança sobre o Irã. Pior ainda é a democratização do mundo árabe. Esta não sairá do papel tão cedo.

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E o que seria a Copa do Mundo no Oriente Médio? Copa do Mundo mesmo foi a queda de Saddam Hussein. Ou o atentado que matou Rafik Hariri e culminou na retirada da Síria do Líbano. Aliás, em toda a última década, estas foram as únicas mudanças na região, se levarmos em conta que o Afeganistão fica na Ásia Central.

De resto, de dez anos para cá, tivemos apenas Campeonatos Paulista. Mais do mesmo, como dizem os argentinos. Não houve nenhum processo de democratização no mundo árabe. O Irã ainda continua um regime islâmico. Talvez tenha perdido um pouco da religiosidade para se tornar mais próximo de uma ditadura sanguinária. Israel ainda constrói assentamentos. Pode ter saído de Gaza, mas manteve o controle do espaço aéreo e marítimo do território. E não houve nenhum acordo de paz. O último deles foi assinado entre Israel e a Jordânia, há 15 anos.

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