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De Beirute a Nova York

Os dois cenários para a Síria nas próxima semanas

Existem duas opções para a Síria hoje. Primeiro, Bashar al Assad pode concordar em ir para o exílio. Segundo, como parece ser a tendência nos últimos dias depois do atentado que matou seus aliados no alto escalão, o líder sírio permanece e segue lutando.

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Por gustavochacra
Atualização:

Cenário 1 - Assad vai embora (A melhor opção)

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Caso faça como o tunisiano Ben Ali e embarque para o exílio, Assad deixaria imediatamente de ser um ator na Síria. Seu vice Farouq al Shaara, que está de uma certa forma "congelado", poderia assumir a transição. Sunita e sem envolvimento direto nos massacres, teria credenciais e apoio para negociar com a oposição. Seria um cenário mais favorável, pois a burocracia do Estado, importante em uma estabilização, não seria destruída, como aconteceu no Iraque pós-Saddam. Focos do antigo regime ainda lutariam em algumas partes do país, mas perderiam força rapidamente

 Cenário 2 - Assad permanece (A pior opção)

Se Assad decidir permanecer como o líbio Muamar Kadafi, a guerra civil se intensificará. A estratégia dos opositores é forçar o regime sírio a defender Damasco, enquanto eles tomam outras regiões do país. O comandante do Exército Livre da Síria já delineou a estratégia para capturar Aleppo. Ao conquistar porções do território e cidades importantes, a oposição síria estará no mesmo patamar da anti-Kadafi na Líbia. Quando isso ocorrer, uma intervenção externa aérea deve (no sentido de previsão, não de que eu aconselhe) acontecer para acabar com o regime. O problema é que as forças de Assad são fortes e podem resistir por um bom tempo, especialmente com a ajuda do Irã e do Hezbollah e a ameaça de usar armas químicas

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O jornalista Gustavo Chacra, correspondente do jornal "O Estado de S. Paulo" e do portal estadão.com.br em Nova York e nas Nações Unidas desde 2009, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Iêmen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti e crescimento da Al-Qaeda no Iêmen. Também é comentarista do programa Em Pauta, na Globo News. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

no twitter @gugachacra

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