Neste momento, a estratégia dos EUA para enfrentar o ISIS no Iraque possui três pilares.
. Bombardear alvos do grupo
. Armar os Pesh Merga, como são conhecidos os guerreiros curdos que servem como Exército da região autônoma do Curdistão
. pressionar Bagdá para formar um governo mais inclusivo no qual o Exército possa trabalhar em conjunto com líderes tribais sunitas nas áreas controladas pelo ISIS.
Para a Síria, os EUA ainda estão começando a formular uma estratégia para bater de frente com o ISIS que inclui, por enquanto
. Bombardeios contra bases do ISIS
. Trabalho em conjunto dos curdos sírios, hoje relativamente autônomos e controlando território, com os curdos iraquianos
Mas, obviamente, será complicado derrotar o ISIS sem a ajuda de Assad. Há argumentos contra e a favor de uma aliança com Assad contra o ISIS
Contra
. Regime de Damasco é acusado pela ONU de cometer crimes contra a humanidade (parte dos 191 mil mortos da Guerra Civil da Síria é vítima das forças de Assad)
. Assad é aliado do Irã e do Hezbollah, inimigos dos EUA
. Ditadores em outros países se sentiriam mais livres para cometer massacres
A Favor
. O regime de Damasco já luta contra o grupo ultra extremista e seria uma das duas únicas opções para combater o ISIS no território iraquiano - a outra seria a Frente Nusrah, ligada à Al Qaeda
. O Irã já coordena com os EUA ações no Iraque e poderia agir da mesma forma na Síria
. Assad protege minorias religiosas, como os cristãos, drusos e alauítas
. EUA já são aliados de outros regimes acusados de crimes contra a humanidade, como o do Egito
. Assad cumpriu a promessa de entregar para os EUA destruírem todos os armamentos químicos e assinar o Tratado de Banimento de Armas químicas (o regime, porém, teria usado armamentos de origem química, mas não incluídos no acordo)
O principal argumento a favor é que os EUA não possuem muita alternativa a não ser trabalhar com Assad e certamente o farão, ainda que clandestinamente.
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Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires
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