Para ser mais claro, existe três opções - 1) prorrogar as negociações para tentar atingir um acordo bom; 2) fazer um acordo ruim; 3) suspender as negociações abrindo espaço para a incerteza.
Obviamente, todos concordam que a primeira opção, de prorrogação, é a melhor. Claro, há um custo para as negociações envolvendo o Sexteto, formado pelos cinco países membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) mais a Alemanha, de um lado, e o Irã, do outro. Basicamente, é o tempo que o Congresso terá para revisar o acordo.
Se a data limite de hoje fosse cumprida, o Congresso teria um mês apenas para revisar o acordo. Com a prorrogação, terá dois meses. Vale lembrar que o Congresso, controlado pelos republicanos, votará se aprova ou não o acordo. Mas, como não se trata de um tratado internacional e sim de um acordo executivo, o presidente Barack Obama poderá vetar. Para derrubar seu veto, seria necessário o apoio de dois terços do Senado, uma tarefa difícil, apesar de não ser impossível.
Sobre o teor do acordo, ainda não sabemos qual é. Muitos especularão sobre os termos, mesmo sem estarem na mesa de negociação em Viena. As partes em Teerã, Washington e outros lugares do mundo que se opõem a um acordo entre o EUA e o Irã farão de tudo para sabotar o acordo nestes próximos dias e podem ainda obter sucesso. Basta abrir a edição impressa do New York Times para ver os anúncios pagos de uma página condenando um acordo que ainda nem foi firmado.
Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires
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