PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

De Beirute a Nova York

Os EUA estão certos em prorrogar as negociações com o Irã?

As negociações com o Irã foram prorrogadas porque, como disse o secretário de Estado, John Kerry, elas têm avançado, embora este avanço não seja o suficiente para um acordo final. A probabilidade de este ocorrer, com a prorrogação, é de cerca de 60%, na avaliação da consultoria de risco político Eurasia, uma das mais respeitadas do mundo, que vem gabaritando nas suas previsões sobre este tema.

Por gustavochacra
Atualização:

Para ser mais claro, existe três opções - 1) prorrogar as negociações para tentar atingir um acordo bom; 2) fazer um acordo ruim; 3) suspender as negociações abrindo espaço para a incerteza.

PUBLICIDADE

Obviamente, todos concordam que a primeira opção, de prorrogação, é a melhor. Claro, há um custo para as negociações envolvendo o Sexteto, formado pelos cinco países membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) mais a Alemanha, de um lado, e o Irã, do outro. Basicamente, é o tempo que o Congresso terá para revisar o acordo.

Se a data limite de hoje fosse cumprida, o Congresso teria um mês apenas para revisar o acordo. Com a prorrogação, terá dois meses. Vale lembrar que o Congresso, controlado pelos republicanos, votará se aprova ou não o acordo. Mas, como não se trata de um tratado internacional e sim de um acordo executivo, o presidente Barack Obama poderá vetar. Para derrubar seu veto, seria necessário o apoio de dois terços do Senado, uma tarefa difícil, apesar de não ser impossível.

Sobre o teor do acordo, ainda não sabemos qual é. Muitos especularão sobre os termos, mesmo sem estarem na mesa de negociação em Viena. As partes em Teerã, Washington e outros lugares do mundo que se opõem a um acordo entre o EUA e o Irã farão de tudo para sabotar o acordo nestes próximos dias e podem ainda obter sucesso. Basta abrir a edição impressa do New York Times para ver os anúncios pagos de uma página condenando um acordo que ainda nem foi firmado.

Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

Publicidade

Comentários islamofóbicos, antissemitas, anticristãos e antiárabes ou que coloquem um povo ou uma religião como superiores não serão publicados. Tampouco são permitidos ataques entre leitores ou contra o blogueiro. Pessoas que insistirem em ataques pessoais não terão mais seus comentários publicados. Não é permitido postar vídeo. Todos os posts devem ter relação com algum dos temas acima. O blog está aberto a discussões educadas e com pontos de vista diferentes. Os comentários dos leitores não refletem a opinião do jornalista

Acompanhe também meus comentários no Globo News Em Pauta, na Rádio Estadão, na TV Estadão, no Estadão Noite no tablet, no Twitter @gugachacra , no Facebook Guga Chacra (me adicionem como seguidor), no Instagram e no Google Plus

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.