Isso não significa que
1. os EUA aceitem as ações de Assad na Síria contra populações civis
2. os EUA não considerem mais o Hezbollah terrorista e uma ameaça para Israel
3. os EUA tenham aceitado o programa nuclear iraniano
4. os EUA aceitem as ações da Rússia na Ucrânia
Significa apenas que os EUA, neste momento, taticamente veem como necessárias estas alianças contra um inimigo ainda pior - o ISIS. Assad, Hezbollah, Rússia e o Irã lutam contra o ISIS faz tempo. E naturalmente continuariam lutando independentemente da posição americana.
Mas você pode se perguntar como se dá esta parceria indireta, afinal, em teoria, Hezbollah, Assad, Rússia e Irã não integram a coalizão dos EUA contra o ISIS, que oficialmente inclui democracias ocidentais e regimes ditatoriais árabes. E em uma série de outros temas, como Israel (não no caso russo, que mantém estreita aliança com os israelenses), americanos estão em lado oposto a Assad, Hezbollah e Irã
Regime de Assad - os EUA informaram sobre os bombardeios para o regime de Assad por meio de sua embaixadora e também pelo premiê do Iraque. Os americanos bombardeiam um inimigo de Assad (ISIS), a Força Aérea da Síria permite os bombardeios, alvos ligados ao regime sírio não são atingidos e, com os ataques, o ISIS se enfraquece, fortalecendo indiretamente Assad
Hezbollah - os EUA concedem ajuda militar de dezenas de milhões de dólares para as Forças Armadas do Líbano. Acabaram de fornecer mais de dez helicópteros de ataque. O Exército libanês, com integrantes cristãos, drusos, sunitas e xiitas, atua em coordenação com o Hezbollah no Vale do Beqaa para impedir o avanço do ISIS para o Líbano em lugares como Arsal
Irã - os EUA e o Irã são aliados do governo do Iraque e ambos agem paralelamente para apoiar as Forças Armadas iraquianas contra o ISIS
Rússia - Os russos armam Assad e o governo do Iraque para lutar contra o ISIS. Os EUA, como sabemos, comanda uma operação militar contra o ISIS
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Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires
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