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De Beirute a Nova York

Por que a oposição venceu a eleição na Nigéria e não no Brasil?

Brasileiros reclamam muitas vezes que em alguns lugares do mundo não se importam com as eleições no Brasil. Mas muitos brasileiros não se importam com as eleições na Nigéria, maior economia e mais populoso país da África. Isso sem falar que muitos brasileiros são descendentes de tribos localizadas no que hoje é a Nigéria.

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Por gustavochacra
Atualização:

Nesta terça, Muhamudu Buhari, da oposição, foi eleito presidente da Nigéria, superando Goodluck Jonathan. O resultado surpreendeu em parte. Afinal, a Nigéria enfrenta uma crise econômica derivada da queda do preço do petróleo - o país é um importante produtor. O atual presidente também viu seu governo envolvido em escândalos de corrupção. Para completar, o líder nigeriano foi completamente incompetente no combate ao Boko Haram.

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Não dá para cravar se a situação irá melhorar. Buhari tem fama linha dura e chegou a comandar a Nigéria durante o regime militar nos anos 1980. Tem um histórico de desrespeito aos direitos humanos. Ao mesmo tempo, fama de incorruptível. Espera-se que ele atue com mais firmeza contra o Boko Haram.

Como curiosidade, Jonathan é cristão e Buhari, muçulmano. Isso não significa que muçulmanos não votem em Jonathan e cristãos em Buhari, apesar das divisões religiosas do país. O partido de Jonathan, o PDP, sempre obteve sucesso por aliar a elite muçulmana do norte com líderes políticos do sul. Mas tem havido uma série de atritos internos. Já os opositores se uniram no APC.

Esta foi a primeira vez, desde a independência da Nigéria em 1960, que um partido opositor venceu as eleições.

A pergunta é - por que os opositores conseguiram vencer as eleições na Nigéria, mas não no Brasil?

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Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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