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De Beirute a Nova York

Por que Assad, da Síria, e o Sisi, do Egito, são tão populares? E por que não disputam eleições livres?

O general Sisi, no comando de uma ditadura militar no Egito, responsável pela morte de centenas de pessoas, pela prisão de milhares de opositores e pela deposição de um presidente democraticamente eleito, desfruta de enorme popularidade entre os egípcios.

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Por gustavochacra
Atualização:

Bashar al Assad, líder sírio, comanda suas Forças Armadas em ações que resultaram na morte de milhares de pessoas, reprimindo não apenas grupos terroristas da oposição, como a Frente Nusrah e o ISIS, como também civis. Ainda assim, desfruta de enorme popularidade entre os sírios.

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Para uma série de analistas e diplomatas, tanto o general Sisi como Assad venceriam eleições presidenciais livres na Síria e no Egito caso estas viessem a ser realizadas. Os opositores poderiam escolher quem quisessem como candidato, que sairiam perdedores.

Diante deste cenário, a primeira pergunta é - Porque Sissi e Assad são tão populares? A segunda, por que não disputam eleições livres, já que sairiam vencedores?

A resposta para a primeira pergunta é simples. Ditadores são, muitas vezes, extremamente populares. Basta ver Augusto Pinochet no Chile, para não precisarmos ir tão longe. Em segundo lugar, porque sírios e egípcios são bem mais laicos (não religiosos) do que costumam propagar no Ocidente. E o símbolo do secularismo e do ocidentalismo nestes países são justamente Assad e Sissi.

Para a classe média egípcia e síria, o cenário é simples e lembra o da América Latina nos anos 1970, conforme escrevi aqui. Antes uma ditadura laica e ocidentalizada, do que um regime islamita. Na América Latina, qualquer ditadura, para grande parte da população, seria preferível a um regime comunista como o de Fidel em Cuba.

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E a segunda pergunta? Deixo aberto para debate.

Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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