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De Beirute a Nova York

Por que há mais abortos no Brasil do que nos EUA, onde é legalizado?

Os EUA, onde o aborto é legalizado, há 730 mil por ano. Isso em uma população de 320 milhões. No Brasil, onde o aborto é ilegal, foram 850 mil em uma população de 200 milhões. Isto é, nos EUA há um aborto para cada 438 habitantes. No Brasil, um para cada 235. A taxa de aborto no Brasil é quase o dobro da taxa dos EUA, apesar de a prática ser proibida no território brasileiro e legalizada no americano.

Por gustavochacra
Atualização:

Apenas para ter o contexto, os Estados Unidos legalizaram o aborto em 1973 em uma decisão da Suprema Corte chamada Roe x Wade. No ano da implementação, a taxa de abortos para cada mulher entre 15 e 44 anos era de 16,3% por ano. No início dos anos 1980, atingiu 29,3%. Em 2011, último ano com estatística, estava em 16,9% em uma movimento de redução contínua em quase três décadas depois do aumento inicial pós legalização.

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A The Atlantic, uma das publicações mais respeitadas dos EUA, avalia que isso se deva a dois fatores - primeiro, embora a maioria da população americana seja a favor do direito ao aborto, a maior parte dela acha a ação moralmente errada. Isto é, as pessoas são a favor do direito, mas não do aborto. Quem quiser fazer faça. Em segundo lugar, a pressão para o casamento de jovens em uma gravidez diminuiu em relação aos anos 1970, sendo mais aceito uma mãe solteira no sociedade americana.

Já o Brasil segue sem debater este tema de saúde pública, com mulheres realizando abortos em clínicas clandestinas, enquanto nos EUA podem fazer com segurança em hospitais. Qual a posição de Dilma Rousseff? De Aécio Neves? De Marina Silva? Ninguém quer obrigar ninguém a abortar. Apenas quer que as pessoas tenham direito. E o direito ao aborto, como vemos nos EUA, não implica necessariamente no aumento do número de abortos.

Não sei como faz para publicar comentários. Portanto pediria que comentem no meu Facebook (Guga Chacra)e no Twitter (@gugachacra), aberto para seguidores

Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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