As pesquisas no Reino Unido indicavam por semanas que o Brexit liderava, segundo pesquisas da The Economist.
26 de maio
BREXIT - 41%
Permanência na UE - 39%
30 de maio
BREXIT 43%
Permanência na UE - 40%
2 de junho
BREXIT - 41%
Permanência na UE - 41%
6 de junho
BREXIT - 43%
Permanência na UE - 42%
13 de junho
BREXIT - 43%
Permanência na UE - 40%
16 de junho
BREXIT - 43%
Permanência na UE - 39%
Neste dia, porém, a deputada favorável à permanência na União Europeia Jo Cox foi assassinada por um defensor do BREXIT. Nas pesquisas seguintes, a disputa ficou mais equilibrada, embora com o BREXIT nunca ficando muito para trás
20 de junho
BREXIT - 42%
Permanência na UE - 43%
24 de junho
BREXIT - 44%
Permanência na UE - 44%
No fim, o BREXIT venceu como indicava a tendência histórica das pesquisas
Nos EUA, Hillary Clinton esteve praticamente o tempo todo à frente na média das pesquisas, assim como o BREXIT. Nos seus melhores momentos e piores de Trump, por até 7% de vantagem. Nos seus piores momentos e melhores de Trump, como agora, de 3% de vantagem.
A questão do email e do FBI, na semana passada, afetou as pesquisas, assim como assassinato no Reino Unido. E a reversão nas bolsas de aposta em direção à permanência na União Europeia, assim como ocorre agora em relação a Trump, foi no final da campanha, embora no caso americano Hillary ainda tenha boa vantagem entre os apostadores.
Quem está no lugar do "BREXIT" é, portanto, a Hillary. Isto é, veio liderando o tempo todo, até uma onda de notícias ruins ter reduzido o favoritismo às vésperas da eleição. Uma vitória de Trump, que é possível por questões sem nenhuma relação com o BREXIT, seria um fenômeno independente. Possível, mas, por mais que insistam, seria sem relação com o que ocorreu no Reino Unido.
Guga Chacra, blogueiro de política internacional do Estadão e comentarista do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires