Nos anos 1980, Israel, ao invadir o Líbano, se aliou justamente a estes falangistas inspirados por Hitler, comandados por Bashir Gemayel e acusados pela mortes de uma série de outros líderes cristãos das famílias Frngieh e Chamoun, com ideologias bem mais moderados. Em parte, mesmo sendo cristãos, os falangistas foram responsáveis pelo enfraquecimento do cristianismo no Líbano.
A aliança entre Israel e os falangistas libaneses, que idolatravam Hitler e possuíam uma saudação nazista entre seus membros, culminou no massacre de Sabra e Shatila, o maior em um mesmo dia na história recente do Mundo Árabe - supera Bashar al Assad, o ISIS e mesmo o regime do Marechal Sissi, em segundo lugar. Calcula-se que até 3 mil palestinos morreram muitas vezes cortados em pedaços pelos milicianos falangistas cristãos há exatos 32 anos nestes campos em Beirute cercados e controlados por Israel. Os EUA e mesmo e até a Justiça de Israel condenaram Ariel Sharon pelo envolvimento indireto no massacre. A ação ocorreu depois da morte de Bashir em atentado atribuído aos palestinos - nunca ficou provado quem seriam os responsáveis.
Anos depois, no norte do Líbano, em um carro com falangistas libaneses, eu e um amigo meu americano judeu perguntamos a eles se preferiam sunitas ou xiitas - "São todos péssimos", responderam. E os palestinos, perguntamos - "São como vírus". Dos israelenses vocês gostam? "Judeus são franguinhos fracos. Precisam dez deles super bem armados para dar um soldado cristão libanês". Nem dos cristãos armênios vocês gostam? "Armênio diz que é libanês quando estamos paz, mas quando começa a guerra vem dizer que são armênios"
Não custa lembrar que 1) tenho origem cristã libanesa e 2) os falangistas eram populares entre os cristãos, mas não representavam de forma alguma o pensamento do cristianismo libanês e 3) hoje a Falange ainda existe, mas perdeu bastante força
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Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires
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