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De Beirute a Nova York

Por que o Brasil e os EUA não têm um acordo de livre comércio?

Até os anos 1980, a Guerra Fria dominava a Geopolítica. A partir dos anos 1990, mudou. Começamos a falar mais de livre comércio. A união entre países para benefício econômico ganhou força ao redor do mundo e quase tivemos a ALCA com um livre mercado das Américas. Hoje, porém, em alguns países e partes do mundo, a ideologia, a política e a guerra voltaram a superar as ações para o livre comércio. E isso inclui os EUA. Mas, depois das eleições desta terça, talvez mude e para melhor.

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Por gustavochacra
Atualização:

Um dos raros pontos onde há concordância entre o presidente Barack Obama e seus adversários republicanos, agora no comando da Câmara dos Deputados e do Senado, é a possibilidade de ampliar os acordos de livre comércio dos EUA com países da região do Pacífico. Talvez não tenham sucesso. Mas há mais sintonia neste tema no que nos outros de geopolítica.

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O Brasil, infelizmente, não avançou quase nada no livre comércio nos últimos anos. Houve apenas acordos importantes como Israel, Palestina e Egito. É muito pouco. O ideal era agir como a Colômbia, Peru e Chile. Temos de nos livrar das amarras do Mercosul e negociar diretamente com outros países, como os EUA. Não seria fácil, mas basta ver como o México tem se beneficiado do Nafta e como a indústria mexicana está forte.

É óbvio, pelo menos para mim, que um acordo de livre comércio deveria ser prioridade tanto do Brasil quanto dos EUA, os dois gigantes da América. E isso não significa largar o Mercosul. Mas não dá para negociar em bloco ao lado da Argentina e da Venezuela neste momento. Devemos manter o livre comércio com Caracas e Buenos Aires, mas isso não pode impedir uma aproximação com Washington e com nossos outros vizinhos da América do Sul, como a Colômbia. Não é uma escolha entre EUA ou Venezuela, mas uma escolha pelo livre comércio que beneficie a economia brasileira. Quanto mais parceiros, melhor.

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