Torcer para o Mets é torcer para o aquele não é o óbvio, não é a primeira escolha. É para pensar e escolher. É querer ir contra o status quo, contra o establishment. É não querer o mais fácil.
Em Nova York, o óbvio é ser o Yankees, equivalente do Flamengo, do Corinthians, do Real Madrid e do Boca Juniors. É o time de Nova York. É o time mais vencedor. É o time com a maior torcida. Se alguém viaja a Buenos Aires, volta com a camisa do Boca, não com a do Racing. Se um turista compra uma camisa em Nova York, tende a ser a do Yankees.
O Mets, com dois títulos e há 29 anos na fila, é diferente, é especial, como o Palmeiras ou o Vasco. O Alex Kliment, amigo meu americano que viveu em São Paulo, disse que, como palmeirense, eu deveria ser Mets, o time dele. Explicou como é igual torcer sofrer pelos dois times. E eu tentei convencer o Thomas Piper, amigo meu americano casado com uma brasileira, que, por ele também ser Mets, deveria ser palmeirense no Brasil.
Infelizmente, fui muito óbvio quando cheguei a Nova York e me tornei torcedor do Yankees. Uma pena. Tentei virar Mets e até convenci os meus sobrinhos a torcerem pelo time. Mas fracassei. A magia do Yankees stadium me dominou. Torço pelo Corinthians de Nova York (e passei a ter simpatia pelo Chicago Cubs). E o Thomas torce pelo Yankees de São Paulo. Terá a vantagem, porém, de ver os dois times dele (Corithians e Mets) serem campeão neste ano. Amanhã, começa a World Series entre o Mets e o Kansas City Royals.
Guga Chacra, blogueiro de política internacional do Estadão e comentarista do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires
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