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De Beirute a Nova York

Qual a estratégia de Assad para a Síria se o ISIS for derrotado?

O ISIS, também conhecido como Grupo Estado Islâmico no Ocidente e Daesh no mundo árabe, atua principalmente no norte e no leste da Síria. Sua base está em Raqaa, a 440 quilômetros de Damasco. Para alguns analistas, se a organização for derrotada, o regime de Bashar al Assad passaria a ocupar o território. Pode ser. Mas, na minha visão, o cálculo de Assad é distinto.

Por gustavochacra
Atualização:

O líder sírio é realista e sabe ser impossível controlar toda a Síria no futuro. Em vez disso, há algum tempo, o regime decidiu se concentrar em proteger Damasco e manter a ligação via Homs e Hama até o seu bastião na costa Mediterrânea, em Latakia e Tartus, onde a população cristã e alauíta é maior.

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Além desta área, Assad ainda pretende voltar a controlar integralmente Aleppo, hoje dividida. Talvez consiga. O problema é que, em Aleppo, o líder sírio não tem a ajuda do Hezbollah - o grupo libanês atua principalmente na fronteira da Síria com o Líbano. Para ajudar suas forças militares, Assad, em Aleppo, conta apenas com milícias cristãs.

O custo para controlar Raqaa seria enorme para Assad. Aliás, este é o principal motivo de seu regime ter atacado mais outros grupos rebeldes do que o ISIS, e não uma estratégia maquiavélica para reduzir a opção do Ocidente no conflito para uma escolha entre ele ou o grupo radical.

Sem dúvida, existe a questão de petróleo. Mas mesmo assim o regime talvez pretenda priorizar as áreas onde tem relativo apoio popular, mais populosas e próximas à faixa de Damasco até a Costa Mediterrânea.

 Não sei como faz para publicar comentários. Portanto pediria que comentem no meu Facebook (Guga Chacra)e no Twitter (@gugachacra), aberto para seguidores

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Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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