gustavochacra
14 de maio de 2013 | 10h54
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A estratégia de Bashar al Assad, na Síria, é se manter no poder até o ano que vem, estabilizando a maior parte do território sírio. Ele disputaria as eleições, já convocadas, representando o regime. Opositores poderiam lançar candidatos e a votação seguiria o método chavista da Venezuela, com todas as suas falhas.
Assad acredita, primeiro, que está vencendo a guerra. Nos últimos meses, realmente seu regime avançou depois de perder espaço ao longo do segundo semestre no ano passado e domina completamente Damasco e toda a costa mediterrânea, onde estão Latakia e Tartus. Hama e Homs, apesar de confrontos, também estão em suas mãos. O mesmo se aplica a Daara, na fronteira com a Jordânia. Aleppo segue dividida, mas as forças do governo recuperaram o controle da estrada que liga a segunda cidade da Síria a Damasco.
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Em segundo lugar, Assad acredita ter apoio popular para vencer uma eleição. Mas, neste caso, é impossível de saber se ele tem razão. Certamente, o líder sírio desfruta de mais popularidade do que Hosni Mubarak, Ben Ali, Abdullah Saleh e Muamar Kadafi. Já estive na Síria antes e durante a guerra e o suporte dele é genuíno – vale ver os sírios das Colinas do Golã, ocupadas por Israel, que o apoiam. Mas não há condições de saber se atinge a maioria da população.
Não acho impossível que Assad permaneça no poder, mesmo depois de seu regime ter matado dezenas de milhares de pessoas. Outros regimes atingiram o mesmo objetivo no passado e venceram guerrilhas, sejam elas separatistas ou revolucionárias.
Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires
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